ATA DA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 19.02.1997.

 


Aos dezenove dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e noventa e sete, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães Sônia Santos e Tereza Franco. Durante a Sessão, ainda compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren, Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Sessão de Instalação da Décima Segunda Legislatura e da Primeira Sessão Legislativa Ordinária, que foi aprovada. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 41/97, do Senhor Cláudio Furtado, jornalista da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal dos Transportes; 63/97, do Desembargador Adroaldo Furtado Fabrício, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado/RS; 96 e 117/97, do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do Estado/RS; s/nº, da Vereadora Maria de Fátima Longo, 2ª Secretária da Câmara Municipal de Botucatu/SP; s/nº, do Vereador Wilson Falcão, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana/BA; Telegramas: do Senhor Ciro Simoni, Deputado Estadual/RS e da Senhora Maria do Carmo Bueno, Deputada Estadual/RS; Convites: da Prefeitura Municipal de Porto Alegre/EPATUR, para o Coquetel de Lançamento do novo Mapa Turístico de Porto Alegre, a bordo do Cisne Branco, realizado em vinte e oito de janeiro do corrente; do Jornalista César Krob e da Diretoria da SOGIPA, ao Presidente deste Legislativo, para o Baile Municipal de Porto Alegre, realizado naquela sociedade nos dias trinta e um de janeiro e primeiro de fevereiro do corrente; do Senhor Jayme Sirotsky, Presidente da Associação Mundial de Jornais - FIEJ, para o concerto da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro e coquetel no Foyer do Theatro, realizado em cinco de fevereiro do corrente; do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado/RS, ao Presidente deste Legislativo, para recepcionar o Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, no dia seis de fevereiro do corrente, no Aeroporto Salgado Filho; da Família Sirotsky, ao Presidente deste Legislativo, para o jantar em homenagem aos participantes do Encontro Mundial das Entidades de Jornal,  realizado  em  seis  de fevereiro do corrente; Fax do Senhor Aldo Besson, Provedor da Devoção de Nossa Senhora dos Navegantes, agradecendo ao Presidente desta Casa pelo apoio e presença na Centésima Vigésima Segunda Festa de Navegantes. À MESA foram encaminhados: pela Mesa Diretora, 02 Projetos de Resolução nºs 04 e 05/97 (Processos nºs 595 e 596/97); pelo Vereador Luiz Braz, 01 Pedido de Providências; pela Vereadora Sônia Santos, 03 Pedidos de Providências e 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 10/97 (Processo nº 540/97);  e pela Vereadora Tereza Franco, 02 Pedidos de Providências. Ainda, o Senhor Presidente deferiu os seguintes Requerimentos, solicitando desarquivamento de processos: do Vereador Antonio Hohlfeldt, referentes ao Projeto de Resolução nº 10/95 (Processo nº 1033/95) e aos Projetos de Lei do Legislativo nº 90 e 166/96 (Processo nº 1587 e 2837/96, respectivamente); do Vereador Fernando Záchia, referente ao Projeto de Lei do Legislativo nº 158/96 (Processo nº 2555/96); e do Vereador João Carlos Nedel, referente ao Projeto de Lei do Legislativo nº 159/96 (Processo nº 2678/96). Em continuidade, face a Requerimento verbal, aprovado, do Vereador Elói Guimarães, foi feito um minuto de silêncio em memória do Senador Darcy Ribeiro, falecido ontem. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Arquiteto Carlos Max Moreira Maia. A seguir, os Vereadores Pedro Ruas, Fernando Záchia, Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz e Elói Guimarães fizeram solicitações quanto à reorganização no espaço do Plenário, ao que o Senhor Presidente afirmou já ter tomado as devidas providências. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal criticou a posição da Bancada do PT, quando da discussão para a composição da Mesa Diretora deste Legislativo, declarando que tal discussão foi feita de uma forma que desautorizou as lideranças dos partidos na Casa. Após, o Senhor Presidente registrou a presença da Vereadora Gládis Wolf, do Município de Gaurama/RS, e informou que o Vereador Guilherme Barbosa afastou-se da presente Sessão, pois deverá representar a Casa, no dia de hoje, em solenidade de entrega de viaturas pelo Governo do Estado à Brigada Militar. Em continuidade, o Vereador João Dib formulou Questão de Ordem, indagando se um Vereador em representação pode ser substituído, ao que o Senhor Presidente respondeu negativamente. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi aprovado o Requerimento nº 01/97 (Processo nº 04/97 - Sessão Solene em Homenagem à Rádio Gaúcha), de autoria do Vereador Nereu D'Ávila. Foi aprovado o Requerimento nº 02/97 (Processo nº 05/97 - Grande Expediente em homenagem ao Grêmio Náutico Gaúcho), por vinte e quatro votos SIM e três votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Nereu D'Ávila, João Dib, Cyro Martini e Pedro Ruas, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta,  José Valdir,  Juarez Pinheiro,  Luiz  Braz,  Maria do  Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas Renato Guimarães, Tereza Franco, e Não os Vereadores João Dib, João Carlos Nedel e Pedro Américo Leal, com Declaração de Voto dos três últimos, tendo sido, este Requerimento, submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib. Na ocasião, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Reginaldo Pujol, Nereu D'Ávila, Luiz Braz e Isaac Ainhorn, acerca das solicitações de homenagens pelos Senhores Vereadores, informando que seria distribuída cópia de Resolução referente ao assunto. Ainda, registrou que o Vereador Antonio Hohlfeldt estará representando a Casa no evento a ser realizado pela Escola de Formação de Governantes da Associação Cearense de Formação de Governantes, no período de vinte e três de fevereiro a primeiro de março do corrente, nos termos do Processo nº 590/97. Foi deferido pelo Senhor Presidente o Requerimento nº 24/97 (Processo nº 591/97 - Constituição de Comissão Externa para participar da Mobilização contra a Privatização do Banco Meridional do Brasil), de autoria do Vereador Guilherme Barbosa. Foi apregoado o Requerimento nº 18/97 (Processo nº 502/97 - Sessão Solene destinada a homenagear o Dia Nacional da Consciência Negra), de autoria do Vereador Adeli Sell, o qual foi retirado pelo Autor, através de Requerimento deferido pelo Senhor Presidente. Foi aprovado o Requerimento nº 19/97 (Processo nº 535/97 - Sessão Solene destinada a homenagear a Brigada Militar), de autoria do Vereador Fernando Záchia. Foi aprovado o Requerimento nº 20/97 (Processo nº 539/97 - Grande Expediente destinado a homenagear os noventa anos da presença dos Irmãos Lassalistas no Brasil), de autoria do Vereador Carlos Garcia,  após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Luiz Braz, Elói Guimarães e Gerson Almeida.  Na ocasião, o Vereador José Valdir informou ao Plenário ter recebido denúncia de que sessenta e seis famílias residentes no Parque dos Maias estariam sendo despejadas nesta tarde, solicitando a saída em representação de Sua Excelência e dos Vereadores Antônio Losada e Anamaria Negroni, acompanhados do  Segurança Parlamentar desta Casa, Senhor Luís Gomes, a fim de se dirigirem ao local, buscando evitar a violência policial no processo de desocupação, solicitação esta deferida pelo Senhor Presidente. Foi aprovado o Requerimento nº 23/97 (Processo nº 588/97 - autorização para a Vereadora Sônia Santos representar a Casa no Seminário Nacional "A Agenda 21 e sua implementação a nível  local: gestão ambiental com desenvolvimento humano"), de autoria da Vereadora Sônia Santos. Foi aprovado o Requerimento nº 28/97 (Processo nº 603/97 - Moção de Solidariedade ao Banco Meridional), de autoria do Vereador Adeli Sell, por vinte e quatro votos SIM e um Voto NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Adeli Sell, Pedro Américo Leal, Maria do Rosário, Elói Guimarães, Antonio Hohlfeldt e Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio  Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren,  Eliseu  Sabino, Elói  Guimarães, Fernando Záchia, Gerson  Almeida, Guilherme   Barbosa,   Hélio  Corbellini, João Dib,  João Motta, Juarez  Pinheiro, <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos  e Não o Vereador João Carlos Nedel, e tendo sido, este Requerimento, submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Pedro Ruas. Foi aprovado o Requerimento nº 16/97 (Processo nº 402/97 -  Sessão Solene em homenagem ao Dia do Corretor de Imóveis), de autoria da Vereadora Anamaria Negroni. Foi aprovado o Requerimento nº 22/97 (Processo nº 583/97 -  Moção de Solidariedade com os Vereadores  da Cidade de Bolonha),  de autoria do Vereador Gerson Almeida,  por quinze votos SIM e oito votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Pedro Ruas, João Dib, João Motta, Cláudio Sebenelo, Gerson Almeida e Fernando Záchia, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio  Corbellini, João Motta, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Renato Guimarães, e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, Pedro Américo Leal e Sônia Santos, e tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis Ilgenfritz. Na oportunidade, foram encaminhadas à Mesa duas Declarações de Voto ao Requerimento nº 22/97, uma de autoria dos Vereadores Elói Guimarães e Paulo Brum e outra de autoria dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Fernando Záchia, Sônia Santos, João Carlos Nedel, Eliseu Sabino, João Dib e Pedro Américo Leal. Por ocasião da votação deste Requerimento, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores João Dib, Elói Guimarães, Antonio Hohlfeldt, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Nereu D'Ávila e João Carlos Nedel, acerca do conteúdo do texto a ser encaminhado aos destinatários em Requerimentos de Moções, informando que, normalmente, se o Requerimento apresentar justificativa por escrito, ela será incluída. Ainda, foi esclarecido que, no caso do Requerimento nº 22/97, será encaminhada apenas a Moção, sem a inclusão da justificativa da mesma. Após, o Senhor Presidente acolheu Questão de Ordem do Vereador Antonio Hohlfeldt, no sentido de que, oportunamente, em reunião de Mesa, seja examinada matéria referente às Moções enviadas pela Casa. Também, deferiu  Requerimento do Vereador Elói Guimarães  solicitando  o encaminhamento desse assunto à Comissão de Constituição e Justiça. Em continuidade, foi aprovado o Requerimento nº 33/97 (Processo nº 625/97 - Moção de Solidariedade com o Presidente da Câmara de Maceió), após ser  encaminhado à votação pelos Vereadores  Guilherme Barbosa, João Dib e Antonio Hohlfeldt. Ainda,  foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Clovis Ilgenfritz, prorrogando, nos termos regimentais, os trabalhos da presente Sessão. Às dezoito horas e onze minutos,  nada mais havendo a tratar,  o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira,  à  hora  regimental.  Os trabalhos  foram presididos pelos Vereadores <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Clovis Ilgenfritz e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, lº Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada,  será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro um minuto de silêncio pela morte do Professor e Senador Darcy Ribeiro.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento do Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(Segue um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos a Presidência para o Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Mesa registra a presença de um dos grandes arquitetos desta Cidade, o professor da Universidade Federal, grande representante da Universidade e do Instituto dos Arquitetos no Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e meu grande amigo Carlos Max Moreira Maia. Fiz questão de registrar a presença do amigo que nos visita hoje, pois é um especialista na questão urbana.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Arquiteto Carlos Max não é só seu amigo pessoal, como é amigo pessoal de todos, pois é amigo da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, obrigado pela sua manifestação.

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro que as nossas mesas tenham placas indicando o nome dos Vereadores, principalmente em respeito aos novos Vereadores. É um requerimento que faço à Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: Muito bem, nós vamos atender a essa solicitação e também a questão das chaves citada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt. Já providenciamos nesse aspecto. Inclusive, a plaquinha da minha Mesa está guardada. Vai ser atendido prontamente.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, quando o Presidente diz que vai atender prontamente os Requerimentos dos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Pedro Ruas, eu gostaria a mesma presteza para aqueles dois Requerimentos, que já têm umas três semanas, deste Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu já dei as devidas explicações a V.Exa. Mas hoje, vai chegar as suas mãos a informação, já era para ter ido ontem.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA (Requerimento): Presidente, até adendando o Requerimento do Ver. Pedro Ruas também sobre a definição do local da tribuna de cada Vereador, não sei de que maneira se fará está escolha, até porque, em respeito aos novos Vereadores, está havendo uma indefinição de alguns.

 

O SR. PRESIDENTE: Conversamos sobre isso com o experiente Ver. Antonio Hohlfeldt, que tinha essa preocupação, e entendemos que as Bancadas precisam, entre si, estabelecer os lugares. Peço a nossa Bancada que guarde um lugarzinho para que este Vereador possa, de vez em quando, participar também.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, nesta Questão de Ordem, eu gostaria de pedir, em primeiro lugar, para que se possa encaminhar essas coisas fora da Sessão Plenária. Talvez fosse uma boa iniciativa da Mesa convidar as lideranças para uma reunião o mais breve possível, porque eu acho que essas coisas devem ser encaminhadas através de reuniões. Mas eu expressei a V.Exa. a minha opinião de que, ao natural, na segunda-feira, as Bancadas se organizaram razoavelmente, pelo menos no meu ponto de vista. Eu próprio tomei a iniciativa de deslocar os meus companheiros, mais do bloco central, para este lado, para recompor, aqui, na extrema esquerda da Mesa, a Bancada do PSDB; na extrema direita ficou o PT, em relação à Mesa; o PTB já ficou devidamente situado; o PDT havia assumido as quatro cátedras frontais e parece-me que o PPB se definiu. E queria convidar o Ver. João Nedel para acompanhar aqui, para não deixa-lo isolado lá, em relação ao PSB, onde está o Ver. Garcia. Parece-me que, mais ou menos, já ficou razoavelmente bem definido e nesse sentido, não contestando o Ver. Záchia, mas querendo colaborar com a Mesa, acho que há uma ou outra situação pendente, mas, de um modo geral, queria comunicar que o PSDB estará aqui ocupando a extrema esquerda da Mesa com os seus três Vereadores.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem):  Acredito que essa preocupação manifestada pelo Ver. Záchia é pertinente e acho que o momento é realmente este. O PTB, em toda a Legislatura passada, ocupou estas cadeiras aqui e estas tribunas. Nós até solicitaríamos aos nossos companheiros do PDT, nossos colegas e irmãos, que nós do PTB, já que somos conhecidos por ocuparmos estas tribunas no Plenário, pudéssemos continuar ocupando estas tribunas. Acho que a identificação requerida a V.Exa. vem, realmente, a colaborar.

 

O SR. PRESIDENTE: É uma interessante matéria para as bancadas, por isso que a Mesa quis se eximir desse processo, para que as bancadas entrem em acordo. Não seríamos nós que iríamos interferir nesse processo.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Eu acho que, a pardas regulações que se podem fazer, historicamente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o processo se dá por invasão. É correto, é uma invasão, uma ocupação, é correto este dado, porque, historicamente, se dá assim na Casa. As coisas se dão quase que espontaneamente. Então, entendemos que a ocupação espontânea deve ser preservada até que se decida o contrário.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa está, seguramente, bem informada sobre o assunto. Passo a palavra ao orador inscrito, Ver. Pedro Américo Leal, em

 

COMUNICAÇÕES

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Excelentíssimo Sr. Presidente, Srs. Vereadores, depois desta saraivada quase hilariante, não digo irônica, mas alegre de questões de Ordem e de Requerimentos de certos Vereadores sobre a topografia da Casa, onde se situa o PTB, o PT, o PDT e que me fez regressar à bancada do PT, que abandonei em sinal de protesto, pela quebra de posição tomada pelo partido diante dos trabalhos que fiz em direção à constituição da Mesa desta Casa. Quando, praticamente sozinho, tomei a iniciativa de fazer com que o PT tivesse uma representatividade, com quatorze Vereadores. Não podíamos esconder quatorze Vereadores do PT, quando a Cidade de Porto Alegre tinha conquistado  quatorze para ele nesta Casa. E, qual não foi minha surpresa, o PT não se conformou com um ano, glutanicamente ele protestou e exigiu dois anos. Era um PT enebriado pelo poder. Um PT novo. Um PT que se arvorava em ser o poder da Casa pela metade da gestão que tínhamos de disputar os quatro anos. Porque teria acontecido isto? Se o PT com dez Vereadores se conformava em não participar absolutamente da Casa, repentinamente com quatorze Vereadores, que conseguia colocar na próxima Legislatura, ele exigia dois anos. Mas isso deixou muitas marcas, Sr. Presidente, e é contra isso que quero falar. Nós não nos conformamos, por quê? Porque os líderes Estaduais, o Dr. Beto Abulquerque, Sr. Zambiazzi, o Sr. Olívio Dutra, eles, praticamente, resolveram os destinos que iria ter esta Casa, independente daquelas gestões que fazíamos. E os líderes do PTB, do PDT, do PFL e de outros partidos vinham fazendo reuniões, há três meses, para decidir qual seria a composição da Mesa. O Ver. Záchia, em um trabalho primoroso, dedicou-se ao estudo da questão e consegui-nos entregar quatro anos de composição da Mesa desta Casa distribuída entre os quatros Partidos e todos os Vereadores. Magnífico! Apenas eu resolvi que, para tomar essa atitude do lado do PT, que tomei, eu não desejava nenhum cargo, nenhuma função. Sempre tranqüilo e muito cauteloso àquele que impõe uma idéia  e que faz uma divisão, se abstém de participar dessa divisão. Qual não foi nossa surpresa quando essa desarrumação veio, os quatro líderes estaduais resolveram, se e engolfaram, desautorizaram os líderes, e ficou tudo por isso mesmo, - não - eu não esqueci isso, guardo várias restrições com o PTB e com o PDT. Soldado velho, não fui criado nas lides do mundo civil e sim na caserna, me é difícil aturar uma coisa dessas. Não consegui entender a manobra. Como é que de repente desaparecem os líderes e praticamente se faz uma Mesa fora da Câmara e se impõe à Câmara essa Mesa e depois se diz que aqueles que não participaram se eximiram? Eles se eximiram, eles se furtaram da composição desta mesma Mesa. "Como?" "Nós, não." Os oito foram aqueles que, inabalavelmente, ficaram diante das primeiras decisões. Na verdade, Ver. Záchia, é preciso que se diga isso nos primeiros dias de Legislatura: vamos vencer este senão, este constrangimento, vamos? Mas é devagar, porque como é que os líderes desapareceram? Como é que esta Casa se furtou a fazer a sua própria composição? Quando o próprio Senado Federal impôs ao Presidente da República que só faria votação se esta fosse antes da escolha da reeleição e nós aqui, pateticamente, ficamos manietados diante da resolução de alguns líderes, que desconheceram as negociações. Os quatro líderes estaduais impuseram uma Mesa como quiseram.

Então, Sr. Presidente, não somos contra a Mesa, nem temos absolutamente nenhuma restrição a ela, apenas, eu tenho ressentimento. Não fui acostumado assim, espero vencer e me perdoem os Vereadores destes Partidos, que eu me mantenha um tanto afastado, ainda não me acostumei a esta forma de se dividir as coisas. Então, Sr. Presidente, este é o desabafo, porque não é um pronunciamento, é um desabafo. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de registrar a presença da Vera. Gládis Wolf, da cidade de Guaurama, pela Bancada do PT, que está em visita a nossa Câmara Municipal.

Comunicamos ainda que o Ver. Guilherme Barbosa precisou se retirar para representar a Casa no Palácio Piratini, onde estão sendo entregues viaturas à Brigada Militar pelo Governo do Estado.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Questão de Ordem é formulada porque alguns Vereadores da Bancada do PT me deixaram em dúvida: quando um Vereador está em representação, nós vamos entrar na Ordem do Dia e ele será substituído ou a Câmara terá somente trinta e dois Vereadores?

 

O SR. PRESIDENTE:  No momento da representação, ele não é substituído.

 

Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Não há matéria a ser apreciada.

 

O SR. SECRETÁRIO (Procede à leitura dos Requerimentos): Requerimento n.º 01/97 do Ver. Nereu D'Ávila, para a realização de Sessão Solene no dia 06.03.97, para homenagear os setenta anos da Rádio Gaúcha.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento n.º 02/97 de autoria do Ver. Nereu D'Ávila: requer que o Grande Expediente 07.04.97 seja destinada a homenagear o Grêmio Náutico Gaúcho, pelo seu 68º aniversário.

Em votação. (Pausa.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Um esclarecimento, Sr. Presidente, vigorou na legislatura passada uma resolução, segundo a qual cada Vereador tinha possibilidade de requerer por duas oportunidades a realização de Sessão Solene, ou a utilização do Grande Expediente ou, ainda, as Comunicações. Eu pergunto a V.Exa. se perdura a disposição daquela Resolução: e, em segundo plano, se as aprovações que nós, sucessivamente, temos feito até agora tem sido consideradas pela Diretoria Legislativa para efeitos da Resolução, que perquiro se perduram seus efeitos.

 

O SR. PRESIDENTE: É a resolução de Mesa e Lideranças n.º 295 que estabelece critérios para organização da Agenda, atividades, e eventos da Câmara Municipal e dá outras providências. Essa Resolução permanece, não tem nenhuma modificação.

V.Exa. está prestando este esclarecimento.

 

Temos a dizer ao Ver. Nereu D'Ávila que, tendo em vista a nova composição do Setor de Relações Públicas, pode estar havendo um descuido nesse sentido, pode não estar sendo avisado. Aqui está escrito que não há nenhum impedimento. Imaginei no início que fosse só por problema de data, mas agora a Diretoria Legislativa informou-se com o Setor de Relações Públicas, não há nenhum problema, está dentro das cotas, está tudo nos conformes da Resolução e do Regimento.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Foi bom o Ver. Reginaldo Pujol levantar esta questão. Eu pediria que V.Exa. esclarecesse para os novos Vereadores que estão iniciando a Legislatura, os termos da Resolução para eles saberem os limites dos requerimentos de Sessões Solenes, Grandes Expedientes, Período de Comunicações, para delimitar os requerimentos que podem ser feitos fora da cota.

 

O SR. PRESIDENTE: Estaremos enviando cópia para os Vereadores, especialmente para os que estão chegando à Casa.

Em votação o Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu encaminho o Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila que propõe a utilização do Grande Expediente da Sessão do dia 07 de abril do decorrente ano para homenagear os 68 anos de existência do Grêmio Náutico Gaúcho com um duplo objetivo: o primeiro é o de reafirmar posições, que os colegas que aqui permaneceram, da anterior Legislatura, não haverão de desconhecer; e o segundo, Verª. Maria do Rosário, é para antecipadamente colocar a posição aos meus colegas, que, pela primeira vez, aqui se encontram no exercício do mandato popular. Ocorre que temos  algumas possibilidades legais e regimentais de promovermos homenagens justas como esta, que o Ver. Nereu D'Ávila, em momento inspirado, propõe, isto é registrar e consignar o aniversário de uma entidade que já se alonga no tempo, de grande representatividade no conjunto sócio-esportivo de Porto Alegre: o Grêmio Náutico Gaúcho. Essa alternativas são, de um lado, a Sessão Solene, e, de outro, a utilização do Grande Expediente ou do Período das Comunicações. Pessoalmente, tenho-me manifestado contrário à utilização do Grande Expediente e das Comunicações para esse tipo de homenagem. porque V.Exa. haverão de constatar, ao longo do tempo, que a utilização do Grande Expediente para esse fim, traz consigo algumas implicações, que a prática nos tem mostrado, absolutamente desagradáveis. Eis que não há um horário normal para fazer-se um convite. Faz-se o convite aleatoriamente para que os homenageados aqui se encontrem, num determinado horário, mas esse horário, no mais das vezes, não é cumprido, porque há atos que precedem na Sessão, que são absolutamente indispensáveis e tem-se que contar, entre outras coisas, com a predisposição do Plenário de concordar com a inversão da Ordem do Dia para que isso possa ocorrer com algum grau de pontualidade. Ainda no apagar das luzes da Legislatura passada, tivemos uma ocasião, me recordo, em que estava aqui o Lyons ou outra entidade assemelhada, e os convidados para as 2 horas da tarde permaneceram aqui até as 16 horas e 30 minutos, quando iniciou a Sessão, sendo submetidos a essa espera involuntária que é inevitável se nós mantivermos a tradição de utilizar o Grande Expediente ou as Comunicações para fazer algo que nós temos plenas condições de fazer através de uma Sessão Solene, convocada para um horário, um dia, para um momento previamente estabelecido. Assim os homenageados terão toda a possibilidade de fazer um trabalho no sentido de garantir um quórum adequado para a homenagem que quer se prestar.

Faço todas essas colocações para dizer que faria ao Ver. Nereu D’Ávila um apelo, no sentido de que ele transformasse esse Requerimento da utilização do Grande Expediente na convocação de uma Sessão Solene em homenagem ao Grêmio Náutico Gaúcho. E aos demais companheiros da Casa apelo para que não utilizem esse expediente, ainda que regimental, porque tem grandes inconvenientes. A única coisa que posso assegurar aos companheiros da Casa que intentarem homenagens por este meio, ou seja, utilizado, no meu entendimento, de forma inadequada, o Grande Expediente, que é para as comunicações gerais da Casa, as comunicações políticas, é que eu, pessoalmente, não costumo votar a favor da utilização do Grande Expediente para essas finalidades. No ano passado, sistematicamente, eu votava contrário, ainda que, quando derrotado, e eu o era sempre, viesse e comparecesse ao Grande Expediente e até me manifestasse ocasionalmente.

É essa a colocação, no primórdio de um assunto que eu observo no nascedouro deste ano legislativo, que já começa a se transformar em “uso e vezo” da Casa. Nós já tivemos o 1º Grande Expediente comprometido pelo Requerimento da Verª Maria do Rosário, apoiado pela maioria cujo  tema era questão de soberania nacional, aqui, exaustivamente debatido na 1ª Sessão Legislativa da Casa. Agora já estamos comprometendo o de abril. Sucessivamente, nós vamos comprometendo os períodos do Grande Expediente. Aqueles que querem transformar esse horário do Grande Expediente no grande fórum  de debate da Casa acabam se prejudicando profundamente. Fiz o alerta, cumpri a minha tarefa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Ver. Reginaldo Pujol tem absoluta razão. Eu concordo "ipsis litteris" com o pronunciamento dele.

Lembro que, no início da Legislatura, o nobre Ver. José Valdir, que está presente aqui, apresentou uma pletora de requerimentos, comprometendo, praticamente, todo o ano com Sessões. Houve um grande tumulto no Plenário, naquela ocasião, e eu vim à tribuna para fazer esse tipo de manifestação ao Ver. Pujol, porque no fundo há razão, mas na prática isso não funciona. Os Vereadores têm oportunidades,  e surgem no nosso dia-a-dia, lá com a comunidade, solicitação ou homenagens justas. Além disso, esta Casa também tem de trazer para cá as suas comunidades, quer em discussões polêmicas comunitárias, quer em sessões laudatórias em datas importantes. Eu vejo uma saída, Ver. Pujol. Desde já, vou fazer a sugestão à Mesa Diretora, que me parece, é aquela que poderá solucionar, se não todo, pelo menos parte desse problema mencionado por V.Exa. Repito, V.Exa. tem razão. O Ver. Pedro Américo Leal, com muita pertinência e sabedoria, reclamou que esta Casa precisa ter mecanismos e espaços para discutir política local, regional e nacional, porque nós não somos algo solto no ar, somos uma Casa Legislativa com uma importância muito grande na constelação das capitais do Brasil, tendo em vista a alta politização do povo gaúcho e, principalmente, da Cidade de Porto Alegre. Eu não vejo outra solução que não seja a reforma ou mudança do Regimento. Eu já fui, diversas vezes, participante de comissões para a mudança do Regimento, que é monótona, desgastante, não traz nenhuma vantagem eleitoral, mas que é absolutamente necessária. Alguém tem que tratar do Regimento. Digo mais, o atual Regimento ficou de ser votado no final do ano passado. Não o foi por absoluta falta de tempo hábil. Esta Casa elaborou muito no ano que passou, não tendo oportunidade de entrar na intrincada matéria da mudança do Regimento. Então, faço uma sugestão à Mesa, ao nobre Presidente que está presente: que estudemos essa alteração. Por quê? Porque o Regimento deverá ser alterado no sentido de que o mecanismo do Grande Expediente ou da Comunicação seja dividido. Acho que a solução é a divisão, ou seja, um tanto de Grande Expediente, um tanto de Comunicação e outro tanto para que os Vereadores possam fazer esse tipo de homenagem. Eu não estou falando aqui na minha homenagem, porque estou acostumado a recuar, a modificar. Se houver essa modificação, eu a acolherei sem constrangimento. Mas, não é disto que estou tratando. Estou aproveitando o que disse o Ver. Reginaldo Pujol para tratar da matéria. Lembro-me do Ver. José Valdir naquela época. Ele apresentou, no primeiro dia, uns trinta requerimentos, recheando, até o mês de setembro, todas as Sessões, e surgiu esse problema. Então, desde o Ver. José Valdir, deveríamos ter tomado uma posição, mas nos omitimos, inclusive eu. Mas nunca é tarde para se modificar para melhor as coisas. A minha sugestão é que, primeiro, Sr. Presidente, haja uma reunião de Mesa e lideranças para encaminhar algumas possibilidades; depois, seja feita a nomeação de uma Comissão, ou a própria Mesa pode tomar a si o encargo de fazer essa alteração no Regimento e, finalmente, ela seja incluída nas outras modificações do Regimento que já estão para ser votadas. E que nos dediquemos em torno de duas semanas, agora no primeiro semestre, junto com o estudo do Plano Diretor, à alteração do Regimento, porque pode não parecer, mas é muito importante que nos acertemos internamente sobre o mecanismo do nosso próprio funcionamento. Era essa a sugestão, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece a V.Exa. e aos Vereadores que já discutiu o assunto na 2ª Reunião da Mesa, em janeiro, e que foi nomeada pela Mesa uma Comissão composta pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Reginaldo Pujol, que já desarquivaram o Projeto de Resolução. Estamos recebendo, por enquanto, no âmbito da Mesa, algumas sugestões; em seguida, faremos uma reunião com as Lideranças e abriremos um debate com prazos previamente marcados para propor uma mudança no Regimento. A proposta de mudança já existia, mas outras questões estão surgindo. Eu gostaria de solicitar aos Senhores que estão inscritos - Ver. Luiz Braz, Verª. Maria do Rosário e o Ver. João Dib - que  nós nos ativéssemos ao tema do Requerimento em si, uma vez que parece estar exaurida a outra discussão. E não é momento para a outra discussão.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu vou retirar a minha inscrição para o encaminhamento, mas eu quero só lembrar à Mesa que nós poderíamos abrir, neste ano legislativo, um espaço de  tempo - um dia, dois dias - para que pudéssemos outorgar Títulos que não foram entregues na Legislatura passada e para que pudéssemos cumprir com os compromissos que nós temos com a Legislatura passada, inclusive com os Vereadores que não se elegeram para esta Legislatura, pois aqueles que eles homenagearam não têm culpa nenhuma para ficarem relegados a um segundo plano.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós esclarecemos que todos os Títulos já votados poderão ser agendados este ano, sem prejuízo dos que vão surgir. Inclusive este Vereador tem um Título que será entregue em abril para o Vereador Arquiteto Moogen Marques: Título de Cidadão. Nós estamos com este tipo de problema: são homenagens que foram votadas no fim do ano passado de Vereadores que não estão mais.

Nós passamos a palavra à Vera. Maria do Rosário.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Eu retiro a minha inscrição.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar, o Requerimento n.º 02/97.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou encaminhar contrariamente! Vou colocar as minhas razões. Na Legislatura passada, tivemos a satisfação - a não ser na Presidência do Ver. Isaac Ainhorn, quando, por uma ou duas vezes, não foram realizadas -, de ver que todas as Sessões se realizaram. Mas não conseguimos nunca votar a matéria que era essencial a esta Casa. A partir de hoje, voto contrariamente a todas as solicitações de utilização do Grande Expediente para sessões de homenagem a esta ou aquela entidade. Acredito que, no Brasil, não haja nenhuma Casa que supere a Câmara Municipal de Porto Alegre em número de sessões de homenagem, solenidade e tribuna popular; muito difícil! O que nós vimos acontecer, no fim do ano passado, foi dezenas de projetos de lei serem votados nos últimos dias, sob a é égide do art. 81. E não os havíamos discutido, pois não conseguíamos correr a Pauta porque sempre se colocava o Grande Expediente antes de todas as coisas, para que se pudesse atender os convidados. Ora, os nossos convidados, os nossos homenageados merecem a nossa atenção sem dúvida nenhuma; mas a Cidade também merece, e merece mais! Eu vi, agora, na Comissão Representativa, o interesse dos Vereadores em debater os problemas da Cidade, do Estado e do País. Puderam usar o tempo, porque só tinha Comunicações mesmo. Agora, o que nós vimos, no ano passado, foi que o Grande Expediente raramente se realizou em benefício dos debates da própria Cidade, do Estado ou do País. Se alguém quiser fazer homenagens, que o faça no período das Comunicações, após a Ordem do Dia, não pedindo para antecipar; que calculem a hora do término da Ordem do Dia para, então, iniciar-se a sessão que desejarem, no período das Comunicações. Ou então que se diminua o número de homenagens. Porque esta Câmara parece ser uma Câmara homenageante. Homenageamos demais. Não sei se, às vezes, as entidades e as criaturas homenageadas são devidamente homenageadas. Se votamos e dizemos que se tem que fazer a Sessão em homenagem a essa ou aquela entidade, o mínimo que deveríamos fazer é estar presentes na Sessão de Homenagem àquela entidade. Não tenho dúvida em fazer esta crítica, porque estou sempre sentado aqui, até porque não tenho nada o que fazer, deve ser por isso. Assisto a todas as proclamações e discursos emocionados, inflamados, dizendo que as entidades são as melhores, mas, na verdade, o quórum não resiste a nenhuma análise. São dois Vereadores, três Vereadores presentes, temos que pedir que as autoridades e as entidades homenageadas ocupem as nossas tribunas porque não há Vereadores no Plenário.

Então, que o Vereador vá lá na entidade, faça um discurso bonito, coloque-se à disposição, mas vamos deixar a Câmara para tratar de problema da Cidade, do Estado, do País. Não é possível fazer o que estamos fazendo aqui.

Lembro que a maioria das Sessões, do ano passado, não teve Ordem do Dia, porque tínhamos a Tribuna Popular, depois se pedia que fosse usado o Grande Expediente para homenagear essa ou aquela entidade, pedia-se para os Vereadores não usarem o Tempo de Liderança para não atrasar mais ainda as pessoas que estavam esperando a homenagem às 14h!

Passemos a uma Câmara de trabalho e vamos deixar as homenagens de lado. Voto contrariamente, e espero que todos os meus colegas façam o mesmo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Apregôo o pedido de licença para representação da Casa do Ver. Antonio Hohlfeldt, que estará atendendo um convite para atender questões referentes ao papel do Vereador e seu cotidiano, em 23.02.97, na Cidade de Fortaleza.

A rigor, pretendíamos fazer esse tipo de comunicação no primeiro dia de ausência do Vereador porque vai constar como representação na folha de chamada.

O Ver. Cyro Martini está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ocupo esta tribuna para manifestar meu pensamento acerca da matéria em debate. Entendo que deixar livre o que concerne a requerimentos sobre homenagens, evidentemente, não é uma solução adequada, porque isso pode levar a um número excessivo de homenagem e prejudicar o andamento dos trabalhos desta Casa.

Chamou minha atenção a Resolução n.º 02/95, a parte que revoga decisões do Plenário da Casa. Eu quero deixar registrado que discordo dessa forma de decidir, de cima para baixo, pois acho que a Mesa e as Lideranças não devem desfazer o que o Plenário decide.

 

O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, peço licença a V.Exa. para questão de ordem.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Vereador, peço desculpa a V.Exa. por interrompe-lo. Quero chamar a atenção que neste momento estamos no período de encaminhamento. Não é discussão. Então, a posição que está sendo colocada, da tribuna, é a posição do Partido dos Trabalhadores e não a posição do Ver. Cyro Martini. Isso é muito importante.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Pedro Ruas, a Mesa foi tolerante com os demais Vereadores que se referiam à matéria e o Ver. Cyro está inscrito para encaminhar, certamente, com autorização da Liderança. Agora, a emissão de pensamento, pelo que sabemos é pessoal, mas vamos pedir ao Vereador que se atenha ao processo de encaminhamento do Requerimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, desculpe a polêmica, apenas para registrar: o encaminhamento é partidário, não é pessoal.

 

O SR. CYRO MARTINI: Eu quero agradecer ao Ver. Pedro Ruas, a bondade que ele teve de chamar minha atenção para este detalhe e espero que ele tenha sempre este cuidado doravante. Acredito que ele sempre prima por este cuidado, por esta cautela.

Mas a minha preocupação, aqui, é de estranhar como que, de cima para baixo, a partir de decisão da Mesa e de Lideranças tenham sido revogadas decisões de Plenário. Isso para mim é uma discussão, é uma iniciativa descabida. Não pode meia-dúzia decidir contrariamente ao Plenário desta Casa. Essa é uma posição que pretendo adotar, jamais o  Plenário poderá ser desconsiderado pela Mesa ou pelas Lideranças. Essa é uma posição, para mim, absolutamente correta e democrática contra a qual nós não podemos nos lançar, nos jogar.

De outra parte, também não quero deixar passar sem menção que em suas breves palavras o Ver. João Dib falou a respeito do uso excessivo da Tribuna Popular, eu entendi assim, se entendi mal me desculpe, mas de qualquer sorte eu acho que devemos deixar claro, aqui, que nós preconizamos, nós defendemos claramente a Tribuna Popular e eu entendo que o uso da Tribuna Popular uma vez por semana me parece um número muito pequeno, muito acanhado. Eu entendo que esta Casa deva dar oportunidade, três vezes, quanto mais nós dermos, tanto melhor, para a Tribuna Popular. Aqui sempre estaremos para defender a tribuna e aumentar, na medida do possível, a participação popular nesta tribuna. De resto, a nossa posição com relação ao voto relativamente ao Requerimento será dada individualmente pelos nossos representantes. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Gostaria de solicitar um Requerimento no sentido de esclarecer o que, ao meu juízo, já está esclarecido, de que a Resolução comentada aqui na Casa, apesar de firmada anteriormente pelas Lideranças, foi submetida e aprovada em Plenário, sendo concedida uma Resolução da Casa de iniciativa da Mesa e das Lideranças e não propriamente uma imposição das Lideranças ao Plenário da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu havia, Sr. Vereador, esclarecido, mas acredito que não tenha sido entendido. A Resolução foi valorizada por ser além da Mesa também das Lideranças, mas foi submetida, Ver. Cyro Martini, ao Plenário. Ela tem toda a legitimidade e representatividade do Plenário como um todo.

Para encaminhar o Requerimento n.º 02/97, o Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. PEDRO RUAS: Em primeiro lugar, agradeço à Mesa a concessão deste tempo, na medida em que se tornou necessário um esclarecimento em nome da nossa Bancada, dos Vereadores Nereu D'Ávila, Líder do PDT, Elói Guimarães e Isaac Ainhorn em relação a esse projeto. Peço desculpas antes ao Ver. Cyro Martini, obviamente em nome do partido, porque não é um encaminhamento, e nosso encaminhamento é favorável à aprovação desse Projeto. Quero dizer aos ilustres colegas, especialmente ao Ver. João Dib, que teremos que ter uma nova elaboração, uma capacidade de criação, onde esse espaço do Grande Expediente, o espaço das Comunicações seja preservado, efetivamente, Ver. Juarez Pinheiro, para nossa representação, como Vereadores eleitos de Porto Alegre. Temos a obrigação, e é uma situação diferenciada da questão do direito, de trazermos à tribuna as posições da população de Porto Alegre, seja essa posição expressa por requerimento ou por intuição do Vereador com relação à determinada matéria. E essa obrigação é cumprida nos períodos de Comunicações e de Grande Expediente. O Período de Liderança que se utiliza nas Sessões é uma posição sempre partidária normalmente utilizada pela liderança. E por isso há um constrangimento natural, quando temos grandes períodos destinados a homenagens, que são justas, como esta que propõe o Ver. Nereu D'Ávila, mas que no conjunto de uma Legislatura cria um problema para nossa própria representação nesta Casa. Por isso acredito que, a partir de uma votação como essa, - onde as normas em vigor possibilitam que o Vereador apresente este requerimento de homenagem, e é claro que terá nosso apoio -, as normas devem ser modificadas. Precisamos, Sr. Presidente, de uma resolução realmente de caráter urgente para que seja preservado o Grande Expediente, o Período de Comunicações, assim como a Explicação Pessoal, para nossa representação verdadeira, uma das finalidades pelas quais fomos eleitos; a utilização plena desta tribuna na defesa dos interesses da comunidade de Porto Alegre. O encaminhamento é favorável e se reitera o pedido de mudanças das normas que hoje existem, aqui, na Câmara Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, por solicitação do Ver. João Dib, o Requerimento nº 02/97, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila. ( Após a chamada. ) APROVADO, por 24 votos SIM e 3 votos NÃO.

Solicito ao Sr. Secretário que proceda à leitura da Declaração de Voto.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Lê a Declaração de Voto): "Votamos contrariamente não pela homenagem, que é justíssima, mas pela necessidade, no nosso entendimento, de melhor programação para a utilização do Grande Expediente e do período de Comunicações. Entendemos que não pode continuar sendo feito como até agora. Torna-se, então, necessário começar a votar contrariamente. Lastimamos que o nosso primeiro voto contrário seja contra a homenagem ao querido Grêmio Náutico Gaúcho, que aniversaria. (aa) João Dib, Pedro Américo Leal e João Carlos Nedel.”

 

O SR. PRESIDENTE: Recebemos e já deferimos Requerimento n.º 24/97 do Ver. Guilherme Barbosa, que requer seja estruturada uma Comissão Externa para participar da mobilização contra a privatização do Banco Meridional do Brasil. Estamos apregoando no sentido de solicitar aos ilustres líderes que indiquem os representantes dos seus partidos.

Esta é uma Comissão Externa solicitada pelo Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem ): Ela não necessita da votação do Plenário?

 

O SR. PRESIDENTE: Não. Esta Presidência fez questão de tratar coletivamente do assunto, porque os Srs. Vereadores poderão ter interesse em participar, então, as lideranças os indicariam.

Requerimento, de autoria do Ver. Adeli Sell, solicitando a realização de uma Sessão Solene, dia 20.11.97, destinado a homenagear o Dia Nacional da Consciência Negra.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Esclarecimento): É apenas um esclarecimento, uma vez que há uma Lei Municipal, uma Resolução desta Casa, em que estabelece um dia no ano destinado a homenagear a Consciência Negra. Então, se o Ver. Adeli Sell requereu para essa homenagem, ele evidentemente, quer incluir no calendário, o que é correto. Agora, como é uma data de objeto de lei municipal, ou Resolução, eu entenderia que não haverá necessidade de ser votada, pois já é Lei. É o caso, também, de solidariedade ao Estado de Israel, 14 de maio, basta requerer a V.Exa.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, neste momento, não tem condições de esclarecer, plenamente, o assunto; já que temos prazo, poderíamos Ver. Adeli Sell, solicitar ao Vereador que retire, momentaneamente, pois não podemos retirar, e traríamos esclarecimentos na próxima Sessão.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, solicito a retirada do Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Deferida a retirada de seu Requerimento.

 

O SR. SECRETÁRIO: Requerimento n.º 19/97 de autoria do Ver. Fernando Záchia, requer a realização de Sessão Solene no dia 18.11.97, para homenagear os 160 anos da Brigada Militar.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. SECRETÁRIO: Requerimento n.º 20/97 de autoria do Ver. Carlos Garcia, requer o uso do Grande Expediente do dia 19.03.97 para homenagear os 90 anos da presença dos Irmãos Lassalistas no Brasil.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, diz que "é mais fácil ser historiador do que profeta". De certa forma, profetizei que teríamos essa situação se disseminando, ao longo do nosso ano, com os comprometimentos sucessivos do Grande Expediente para situações as mais relevantes possíveis, como foi o caso do Requerimento anterior do Ver. Nereu D'Ávila, que requereu e obteve a concordância da maioria da Casa, para homenagear ao Grêmio Náutico Gaúcho. Agora é requerido pelo Ver. Carlos Garcia a destinação do Grande Expediente de uma das nossas sessões para homenagear à Comunidade Lassalista. Não bastasse conhecermos o trabalho dos Lassalistas, especialmente ministrado nas Dores, no Colégio São João e no Colégio Santo Antônio, não bastasse termos conhecimento da importância desse trabalho e termos vinculação com essas comunidades, sabemos o quanto é importante para o Ver. Garcia homenagear aos Lassalistas, ele que por longo tempo, atuou no magistério dentro de um colégio lassalista.

Mas, Sr. Presidente, temos que ter compromisso com a coerência, em que pese sabermos que a Resolução vigorante excepciona essa possibilidade, ensejando que se convoque uma Sessão Solene e a utilização de um Grande Expediente, entendo que é um veto da Casa que deveríamos evitar que perpetuasse nesta Legislatura. Lamentavelmente vou vendo que ele vai-se comprometendo, porque, depois de aprovarmos, 3, 4, 5, 6, utilizações do Grande Expediente, e inevitável que aprovemos todas as que vierem a ser solicitadas, porque, senão ficaremos numa situação desconfortável de vermos aprovado inicialmente o Requerimento da Verª. Maria do Rosário, posteriormente do Ver. Nereu D'Ávila, agora constrangidamente aprovado o Requerimento do Ver. Carlos Garcia. Como negar 4, 5, 6, 10, 20 ou 30? É impossível que isso ocorra.

Então, se venho à tribuna, não consigo encontrar o Ver. Carlos Garcia no Plenário, é porque acredito que ele não tenha ouvido a nossa manifestação, quando do encaminhamento do Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila, o qual acabamos não votando, fomos atender um telefonema e deixamos de ser o 4º voto contrário, porque, por coerência, depois desse tipo de pronunciamento não se pode votar a favor do requerido.

Então, continuamos entendendo que esta prática desvirtua, e todos que vieram à tribuna concordam com isso: o Ver. Pedro Ruas, que encaminhou favoravelmente, reconheceu o fato; o Ver. Nereu D'Ávila, que era o autor, reconheceu a importância do conteúdo da nossa manifestação, mas se acaba, para não criar constrangimentos, aprovando todo o tipo de Requerimento. Venho à tribuna para antecipar meu voto. Dói-me votar contra a destinação do Grande Expediente para uma homenagem ao Colégio La Salle, mas entendo que seria muito mais  relevante que os lassalistas fossem objeto de uma Sessão Solene com todas as pompas, e que a Casa do Povo de Porto Alegre, com a sua representatividade, lhes tributasse uma justa homenagem, do que nós usarmos o contrabando - essa é a expressão correta - do Grande Expediente para fazermos uma homenagem, que se ajusta plenamente e que é  adequada a uma Sessão Solene, com todas as pompas, porque é relevante o trabalho dos lassalistas. Mas como o caminho escolhido é o caminho sobre o qual eu já, de antemão, manifestei-me contrário, se houver os três votos que ocorreram anteriormente naquela decisão, eles serão, pelo menos, somados de mais um, e serão quatro. Eu votarei contrário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós recebemos uma denúncia de que sessenta e seis famílias, que ocuparam uma área de terra no Parque dos Maias, estão sendo despejadas, inclusive com crianças, e estamos indo lá, juntamente com a Verª. Anamaria Negroni e o Ver. Antonio Losada, para ver o que podemos fazer. Solicitamos a V.Exa. que nos conceda, também, a saída do Cel. Luiz Gomes, para nos acompanhar.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa considera que o Plenário está informado e defere, de pronto, a presença do segurança da Casa, Cel. Luiz Gomes, que tem sido convocado, seguidamente, para as visitas feitas, em especial, pela Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação e que é presidida, no momento, pelo Ver. José Valdir, que estará lá representado todos os Vereadores, junto com a Verª. Anamaria Negroni e o Ver. Antônio Losada, numa missão que compete aos Vereadores.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Apenas para elogiar a atitude do Presidente da CUTHAB - a questão é realmente emergencial - e elogiar a Mesa, no sentido de que há uma pessoa que tem condições de evitar a violência no local do despejo que é justamente o Cel. Luiz Gomes, servidor desta Casa. Seria importante também que fosse facilitado o deslocamento desse servidor através de uma condução, porque o problema é urgente, e o Ver. José Valdir tem absoluta razão na providência que solicitou.

 

O SR. PRESIDENTE: A condução da Casa está à disposição, basta solicitar no serviço de transportes. Informamos que foi o Ver. Pedro Ruas, ex-presidente da CUTHAB, que nos ensinou o caminho de buscar a assessoria do Cel. Luiz Gomes.

A palavra está com o Ver. Luiz Braz para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa não poderia, de forma alguma, negar um espaço para prestar a homenagem, tanto ao Grêmio Náutico Gaúcho, que nós já aprovamos, como também  aos lassalistas. Mas esta Casa, ao mesmo tempo, tem que obedecer àqueles ditames colocados aqui pelo Ver. João Dib e pelo Ver. Reginaldo Pujol. Nós temos espaços nobres que temos que aproveitar em benefício da Cidade como um todo. Nós já tivemos aqui soluções que foram dadas em outras épocas e que funcionaram, e eu não sei porque elas foram abandonadas. Eu me lembro de que, há alguns anos, no Grande Expediente, apenas um Vereador falava em nome de toda a Casa para prestar a homenagem. A Entidade vai se sentir homenageada, esta Casa não vai precisar perder a tarde inteirinha para fazer essa homenagem e, ao mesmo tempo, vai restar o espaço necessário para que possamos fazer as grandes discussões políticas, das quais nós somos carentes, conforme colocações do Ver. Pedro Américo Leal, e para votarmos as matérias necessárias para a vida da Cidade. Nós temos assuntos que ainda não foram discutidos aqui, que sei que, de acordo com o que disse o Prefeito, estão sendo levados "a toque de caixa", como acontece, por exemplo, com a pista de eventos. Acredito e reafirmo que o Prefeito Municipal não quer construir a pista de eventos; ele apenas quer agradar aos carnavalescos, dizendo que vai construí-la. Sabem por quê? Porque, onde ele disse que vai construir, exigirá o RIMA, e ele sabe disso, porque é uma pessoa esclarecida, e diz que vai construir a pista de eventos ao lado do Internacional. Essas questões precisam merecer espaço nesta Casa para serem debatidas.

Nós podemos aprovar essas homenagens no Grande Expediente, mas precisamos de um acordo entre os Vereadores, principalmente entre aqueles que pedem essas homenagens para esse espaço e o das Comunicações. Se nós voltássemos à prática de apenas um Vereador falar nessas homenagens - o que pediu a homenagem talvez até mais um que representasse toda a Casa, e mais o homenageado que fala, normalmente -, não gastaríamos a tarde inteira, como já ocorreu varias vezes aqui, e estaríamos, ao mesmo tempo, prestigiando aquele Vereador no seu relacionamento com a entidade, de acordo com o pedido que ele faz em um Requerimento aprovado por esta Casa. Esta é a minha sugestão. Eu  não poderia votar contrário a um pedido como esse, mas pediria, ao mesmo tempo, a consciência desses Vereadores que solicitam essas Sessões, a fim de que possam limitar os espaços dessas homenagens, tornando-os menores, para que possamos cumprir com as funções para as quais nós fomos eleitos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não ficaria, eu, em conforto se não viesse à tribuna, já que, num determinado período da adolescência, estudei num colégio lassalista. Mas, por outro lado, isso, evidentemente, não impede, que façamos reflexões acerca da importância do Grande Expediente como um grande momento da Casa para o debate político. Agora, por outro lado, quando a Resolução assegura aos Vereadores que tenham a utilização do Grande Expediente ou das Comunicações e de Sessão Solene, fica assegurado ao Vereador, de antemão, o exercício desse direito. Então, a questão que me parece deva ser discutida não é a iniciativa do Vereador pedindo a utilização do Grande Expediente, e sim a Resolução que estabeleceu que o Vereador tem direito, dentro das Comunicações ou do Grande Expediente, de fazer pedidos dessa natureza. Então, ficam aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, as nossas observações, e eu conduziria a questão em nível sentimental, porque tive um período em que muito aprendi com a filosofia, a educação e o ensinamento dos lassalistas que, em vários institutos educacionais no Rio Grande do Sul e no Brasil, prestaram significativa contribuição, enriquecendo a educação. A colocação que faço é para uma reflexão e um debate que se faz especificamente. O que nós temos que discutir, absolutamente, não é iniciativa do Vereador e sim, o Projeto de Resolução que assegura, que entrega como direito subjetivo do Vereador buscar, por esse mecanismo, fazer a homenagem que pretende o Ver. Carlos Garcia. Fica, então, a nossa manifestação, também para lamentar que o Grande Expediente tenha furtado a sua finalidade política e ideológica, que é o debate. É no Grande Expediente e também nas Comunicações que a Casa tem que fazer o confronto ideológico das idéias, o debate. Quando eu ingressei na Câmara, nós tínhamos 21 Vereadores. Então, eu tive a oportunidade de perceber que esta alteração para 33 Vereadores - e eu não estou objetando esta alteração, porque acho que ela expressa a significação de Porto Alegre - ofereceu uma demanda significativa de trabalho legislativos. Eu até diria que uma das Casas onde o debate tem a maior significação e onde trabalho ordinário da Casa é muito grande, é a Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito maior que na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional, porque, se pegarmos o desempenho legislativo dessas Casas, nós haveremos de constatar que, na Assembléia e no Congresso Nacional, não há três Sessões Ordinárias por semana. O Congresso tem uma Sessão Ordinária por semana. Então, esta Casa tem uma demanda muito grande de ações legislativas, procura interceder no processo social, enfim, esta Casa, efetivamente, tem uma densidade de ação muito grande.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, encerro, aqui, a nossa manifestação, e acredito do Partido, no sentido de votarmos favoravelmente à Proposição do Ver. Carlos Garcia, que pretende homenagear os 90 Anos dos lassalistas em nosso Estado e, de resto, no Brasil. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa bancada votará a favor deste Requerimento, assim como votou sempre os demais Requerimentos. No entanto, achamos importante - e eu consultei algumas Lideranças, alguns Vereadores - que nós possamos estabelecer, talvez numa reunião das Lideranças com a Mesa, uma proposta que satisfaça estas duas demandas. Uma, a de que o Vereador tenha um espaço para pronunciamentos políticos, e é o Grande Expediente que o assegura, sabemos disso. O Vereador ou Vereadora que não estão na liderança não expressam suas opiniões em nenhum ou quase nenhum espaço regimental. Ou seja, nós usarmos todos os Grandes Expedientes para homenagens é uma maneira de evitarmos que o debate político flua. Não é do nosso interesse que isso aconteça, e asseguro de que não é do interesse de nenhum Vereador. No entanto, vamos votar favoravelmente a todos os requerimentos, e gostaríamos que, numa reunião das Lideranças com a Mesa, pudéssemos chegar a uma solução. O próprio Ver. Luiz Braz tem uma proposta, a Verª. Rosário imagina uma outra; enfim, podermos chegar a uma solução que satisfaça tanto as necessidades das homenagens, importantes, políticas que são feitas, quanto à necessidade de todos os 33 Vereadores terem seu espaço político adequado dentro do Plenário. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento n.º 20/97 de autoria do Ver. Carlos Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. Reginaldo Pujol.

Em votação o Requerimento n.º 23/97, apresentado pela Verª. Sônia Santos. Solicitando autorização para representar a Casa, em Seminário Nacional a realizar-se em Salvador/BA, nos dias 03 e 04 de março de 1997. De pronto queremos informar que já fizemos um levantamento de custos, inclusive com os descontos conseguidos pela Vereadora, e com apenas duas diárias, teremos um gasto de R$ 1.118,36, se este dado está certo, apenas para referir.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Esclarecimento): V.Exa. falou em diárias, mas o valor inclui a passagem?

 

O SR. PRESIDENTE: Duas diárias a R$ 151,68 cada uma e a passagem por R$ 755,00.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: No Requerimento ela não objetivou esse pedido. É apenas para esclarecimento, nada tenho contra, voto a favor.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sabendo da intenção do Ver. Nereu D'Ávila, eu sempre defendo e mesmo contribuo para que o Vereador vá até outro país, como foi o caso do Ver. João Motta para a Espanha. Na verdade esta Casa se engrandece, e acho que seria desnecessária a citação - não tome isso como reprimenda - de importâncias. O Vereador toma rumo, tem os dias e se vai.

 

O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, a Mesa agradece, considera até o encaminhamento favorável. Apenas, faz questão de dizer que, em função da transparência e de alguns Vereadores virem a esta mesa perguntar quanto seria, não achamos que haja nenhum problema em responder. Em outras oportunidades, se for assim solicitado, estaremos achando até que é importante que a sociedade saiba que isso não tem nenhum óbice e tem o apoio, que saiba unânime, dos Srs. Vereadores.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sou favorável à ida da Vereadora, mas eu gostaria que ficasse absolutamente claro que a Câmara não fica desfalcada de nada, porque há uma tese. Preciso que a Mesa me assegure que a viagem de uma Vereadora, em representação, não desfalca o quadro, que a Câmara continua com 33 Vereadores. É essencial.

 

O SR. PRESIDENTE: No caso de representação, a vaga fica aberta.

 

O SR. JOÃO DIB: Mas continua normal o funcionamento da Câmara?

 

O SR. PRESIDENTE: Continua, porque ela está em representação, sua ida foi aprovada pelo Plenário, e, nos dias em que estiver fora, a Vereadora não será substituída; é isso que V.Exa. quer saber. No caso, não haverá prejuízo para a Câmara.

Em votação o Requerimento da Ver. Sônia Santos. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Requerimento n.º 28/97 de Moção de solidariedade à luta em defesa do Banco Meridional público e estatal, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Lê.)

"Exmo. Sr. Presidente

Vereador Clovis Ilgenfritz da Silva

 

O Vereador que este subscreve, requer à Vossa Excelência que, após os trâmites regimentais, seja encaminhada

 

MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE

 

à luta em defesa do Banco Meridional Público e Estatal

 

Justificativa

 

 

O Banco Meridional é a construção coletiva de muitos pequenos poupadores do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre em especial. Graças à luta de funcionários, cidadãos, anônimos foi possível consolidar no sul do país um banco popular e cumpridor das tarefas de financiamento de desenvolvimento econômico social.

 

O fechamento de agências sem qualquer discussão com as comunidades, as demissões travestidas de pedidos de desligamento voluntário é a triste face da privatização e da usurpação do público em benefício do privado, pelas mãos de quem deveria defender o patrimônio público.

 

O Banco Meridional deveria se constituir num banco de fomento às políticas de desenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Sul no contexto do Mercosul, a fim de financiar a reestruturação econômica necessária, em particular aos pequenos e médios produtores de alimentos do extremo sul do país.

 

Esta Moção deve ser enviada ao Senhor Presidente da República, Governador de Estado, Presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, ao Presidente do Banco Meridional e a todas as Câmaras de Vereadores do Rio Grande do Sul e Congresso Nacional.

 

 

Adeli Sell

Vereador PT/POA”

 

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de esclarecer que ontem recebemos a visita de um grupo significativo de lideranças do Sindicato e da Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul e, em especial, de dirigentes da Associação dos Funcionários do Meridional, que vieram solicitar apoio à luta contra o fechamento de agências bancárias de Porto Alegre e interior do Estado e, conseqüentemente, o desemprego que isso está causando.

Fomos convidados a participar de uma reunião na Assembléia Legislativa, onde os Deputados Pompeu de Mattos, Flávio Koutzii e Jussara Cony. Convidaram também o Prefeito Municipal, esta Presidência, os bancários, prefeitos do interior do Estado, principalmente, os das áreas que serão atingidas pelo fechamento de agências. Foi proposta uma ação conjunta, e, se a Câmara for representada por este Presidente, achamos que o Plenário deveria se manifestar antes de ser assinado qualquer documento ou de ser tomada qualquer atitude pública a esse respeito.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu assinei esta Moção de Solidariedade a pedido do Ver. Adeli Sell, porque acredito ser absolutamente justa a intenção de fazer com que o Banco Meridional permaneça público, estatal, e seja transformado em um banco de fomento. Mas, eu tenho a impressão de que o Ver. Adeli Sell, quando escreveu a sua Moção, quis mais uma vez, transformar a luta daqueles que se interessam pelo Meridional numa luta partidária. E eu acredito que essa luta partidária apenas atrapalha as intenções daqueles que, realmente, precisam que o Meridional continue estatal, que o Meridional continue público e que seja transformado num banco de fomento.

Ver. Adeli Sell, eu me dirijo especialmente a V. Exa. que é o autor dessa Moção. Pediria que aquele trecho da Moção que fala no prejuízo causado pelos Governos Estadual e Federal seja retirado e que a Moção seja apenas de solidariedade àqueles que realmente querem que o Banco Meridional  permaneça público e que seja transformado em banco de fomento. Por quê? Porque nós temos bancadas aqui nesta Casa que pertencem ao Governo Federal, bancadas que pertencem ao Governo Estadual, e tenho certeza absoluta que Vereadores que pertencem a essas bancadas são favoráveis à luta dos funcionários do Banco Meridional e à necessidade que nós temos, na Região Sul, de manter o banco assim como está ou transformá-lo num banco melhor. Esses Vereadores não poderão votar favoravelmente, quando, na verdade, essa Moção, num determinado trecho ataca os seus governos, ataca as suas bases de sustentação.

Vamos chamar, vamos conclamar esta Câmara para a luta, para que todos os Partidos possam participar dela, tanto aqueles Vereadores que pertencem ao PMDB, como os Vereadores que pertencem ao PSDB, aqueles que querem, unidos aos outros Vereadores mas com a intenção de se solidarizar com a luta do Meridional e não de transformar essa questão numa questão partidária, em que vamos, simplesmente, dizer: "O partido x pensa assim: portanto, ele é melhor que os outros partidos, que querem apenas destruir o banco. As coisas não correm exatamente dessa forma. Portanto, é esta a solicitação que faço, principalmente, ao meu amigo Ver. Adeli Sell e à Bancada do PT: que seja retirado do texto esse ataque aos Governos Estadual e Federal, a fim de que possamos ter, quem sabe, hoje, aqui, uma votação unívoca, uma votação fechada, para que esta  Moção possa causar realmente algum efeito nos desejos já manifestados pelos funcionários do Banco Meridional. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores estamos apresentando esta Moção de Solidariedade à luta, à construção, à organização e ao trabalho do Banco Meridional, de seus funcionários, e a todo o empenho que o povo gaúcho, particularmente os porto-alegrenses, deram para constituir esse banco. Estamos de acordo com a sugestão do Ver. Luiz Braz de retirar a frase mencionada. E vamos acrescentar que a Moção seja enviada ao Congresso Nacional, porque lá vai se dar, fundamentalmente, esse debate, já que é um Banco Federal. Então queremos que esta Câmara, todos os Vereadores estejam juntos, empenhados, solidários com esse banco que, a anos e anos tem contribuído com o desenvolvimento econômico e social do nosso Estado, da nossa Cidade e, principalmente, do Extremo Sul do País. Fiz questão de escrever uma frase e de repeti-la, porque achava que era importante marcar aqui a indicação que estamos dando a este banco: um banco de fomento, um banco que financie o pequeno e médio produtor no interior do Estado e nos outros Estados da Federação e, fundamentalmente, àquele produtor que produz alimentos - arroz, trigo, feijão -, não importa o tamanho da propriedade, porque isto é uma questão de segurança nacional. O Meridional deverá cumprir essa função, como já disse por várias vezes, o ex-Deputado Federal e hoje Vice-Prefeito da Capital, José Fortunati. Em consonância com o trabalho de bancários do Meridional e de outras instituições nós poderemos manter este banco e nos somar aos Prefeitos que têm vindo ontem, hoje e virão amanhã a Porto Alegre para pedir à Direção do Meridional que essas agências não sejam fechadas definitivamente; pelo contrário, sejam reabertas, e que  possamos, com esse patrimônio que foi construído coletiva e solidariamente, continuar este banco; que em Jaguarão, aqui na Glória em Porto Alegre e nos outros Municípios onde agências foram fechadas, não surja um banco privado que tenha recebido dinheiro público, como o Excel Econômico e esses bancos com direções irresponsáveis, que, por malversarem o dinheiro que está ali depositado, fizeram com que tivessem problemas ou até falissem. Nós queremos chamar os Srs. Vereadores a se somarem conosco na defesa do Banco Meridional. Eu tenho certeza de que nós estaremos aqui, hoje, selando um compromisso, não apenas com o banco e com seus funcionários, mas fundamentalmente com a economia do Rio Grande do Sul e com aquilo  que venho dizendo sistematicamente: a defesa da economia primária, porque sem a organização do campo, da pequena e média produção agrícola, nós não vamos ter desenvolvimento econômico e social no País, e a indústria também será penalizada, como aqui foi dito pelos dirigentes dos Metalúrgicos nesta semana. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente, devidamente inscrito pelo Ver. João Dib, praticamente não me inscrevi, o Ver. Dib que teve a iniciativa, o que aliás me agrada muito e me honra muito. O Meridional tem fôlego de gato, porque batem daqui, dali, eu não sei como o Meridional sobra. Desde de 1984 ou 85, como Deputado Estadual e remanescente desta luta, vim aqui para a Câmara, e repito isso para os veteranos, eu repriso a minha atuação e minhas viagens em socorro ao Meridional, se é que eu possa socorrer alguém. O Ver. Guilherme Barbosa, que é o Presidente da eterna Comissão do Meridional, nesta Casa, acho que vai desencavar este problema. Eu me atrevi a dizer que V.Exa. iria desarquivar e, na verdade, eu tomei uma iniciativa que não cabia, mas, de qualquer maneira, acho que o Meridional merece os nossos cuidados, porque o Meridional tem sido saco de pancada de tudo quanto é governo de lá prá cá. Eu me lembro que, com o Dep. Lélio Souza, - era eu então Deputado Estadual, - na verdade sobre palmas que muito me agradou,  porque eu era um homem da direita, e sou um homem da direita, homem do regime militar, regime autoritário, e desci sobre palmas vindo de Brasília, na madrugada de 1984, porque o Meridional tinha vingado. Nós tínhamos, lá, passado várias noites dormindo sem acomodações, porque os hotéis não podiam nos dar acomodações e eu dormi numa despensa, num almoxarifado do hotel, em Brasília. Então é uma luta insana e o Meridional sobrevive a tudo isso. Diante dessa verdadeira “via crucis” eu distingui que no meio da Moção do Ver. Sell, havia uma incongruência, alguma coisa que não cabia bem, mas como o Meridional, coitado, tem sido saco de pancada de tanta coisa, eu engoli isso, silenciei. Estava pronto até agüentar esses termos que V.Exa. colocou; termos candentes, termos de PT, porque acho que não é nenhuma ofensa, é um Partido que tem uma série de restrições ao Governo Federal e Estadual. Na verdade, eu achei que não devia caber essa proposição e o Vereador que me antecedeu e antecedeu a V.Exa., ele, em muito boa interferência, pediu a V.Exa. que retirasse essa Moção. V.Exa. cedeu, agora eu tenho minhas dúvidas sobre algo que tenho que lhe dizer: em determinados municípios quando existe Banco Meridional, BANRISUL, Caixa Econômica Estadual qual deve ser a conduta? Porque nós temos que ter coerência. O Parlamentar é uma criatura que tem que estar acima dos interesses políticos e, se possível, acima dos interesses deles. Será que cabe ao Estado a preferência e a possibilidade de fechar uma agência? Eu tenho as minhas dúvidas! Assinei, como V.Exa. sabe,  em homenagem a esta luta insana que o Meridional trava, até hoje, para sobreviver, engolindo tudo isso. Engoli essa dúvida que me assola. Engoli as colocações que V.Exa. colocou no corpo, no meio de sua Moção em homenagem ao Meridional. Porque um banco que tem levado tanto pau, que tem sido perseguido tanto pela privatização, que paira sobre ele dúvida incrível se sobrevive, ou não. Ele, afinal de contas, merece que se sobreponha a tudo isso, dúvidas de redações e que se fique ao lado dele neste momento difícil da vida de seus funcionários. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Vera. Maria do Rosário que fala em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero também destacar, especialmente, em nome do PT, a oportunidade da Moção apresentada pelo Ver. Adeli Sell e destacar, igualmente, que o caminho natural dos trabalhadores do Banco Meridional, do Sindicato dos Bancários, da Federação dos Bancários e das suas Associações não à toa na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, no nosso Plenário, na segunda-feira, quando estiveram aqui conosco, na sala da Presidência, no dia de ontem, conversando com o Ver. Clovis Ilgenfritz.

Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, esta Casa já, por duas vezes, instalou Comissão Especial com posição unânime o que é ímpar na nossa história  e no nosso trabalho, claramente, estabelecida contra a privatização do Banco Meridional. Ouvimos, aqui, neste Plenário, o Senador Pedro Simon. Ouvimos, neste Plenário, o ex-Presidente do Banco Meridional, o Dr. Leônidas, quando esteve aqui conosco. Tivemos oportunidade de mostrarmos à sociedade gaúcha, à sociedade brasileira o porquê da Câmara de Vereadores de Porto Alegre tomar este posicionamento, contrário à privatização do Banco Meridional e favorável a sua manutenção em caráter público e com a maior parte das suas ações sob controle Estado Nacional Brasileiro; especialmente, porque o Banco Meridional é um bom exemplo para aqueles que questionam os processos de privatizações. Não devemos nós perdermos de vista que o Banco Meridional, que é lucrativo, que está saneando, que quando foi constituído contava com vinte e quatro mil servidores, e que no final do ano de 1995, já com reorganização interna, e com demissões, que inclusive penalizaram seus funcionários, diminuiu seu quadro de pessoal para o número de onze mil servidores; esse Banco Meridional foi criado, justamente, a partir da sociedade gaúcha mobilizada, da Assembléia Legislativa, dos nossos Deputados Federais, do Governo à época, e criado, principalmente de uma grande mobilização dos funcionários do Banco Sulbrasileiro, banco esse que, foi de um momento para outro, lhe foram retirados os fundos, recebeu falência, e até os dias de hoje não temos certeza de que aqueles que levaram à falência este banco tenham recebido qualquer punição pelo crime que cometeram naquele momento. Portanto, Srs. Vereadores, os recursos públicos foram colocados no Banco Meridional, um investimento público, trabalho público, os quadros do serviço público estiveram no Banco Meridional, dando o melhor de si, juntamente com seus funcionários. E, hoje, quando se trata de um banco sólido, que capta recursos em todo País, mas que investe, prioritariamente, na economia do Rio Grande do Sul, vemos o Governo Federal, ano após ano, colocando os seus tentáculos, a sua ousadia privatista sobre essa Instituição financeira que é um orgulho para todos nós gaúchos, e para o povo brasileiro. Não se trata, aqui, do Excel Econômico, não se trata de um Banco Nacional, mas ao contrário se o passado do Sulbrasileiro tem alguma semelhança com essas instituições, a ação do povo gaúcho conseguiu constituir uma instituição de outro nível, que consegue ter um papel social, que atende aos pequenos correntistas, coisa que os bancos privados, nos dias de hoje, não realizam, apesar dos seus lucros exorbitantes. Portanto, quero cumprimentar o Ver. Adeli Sell, e dizer da oportunidade de aprovarmos e cerrarmos fileiras a favor do Banco Meridional. E, por final dizer Ver. Luiz Braz, que não é uma questão partidária, concordo com V.Exa., o Governo Jair Soares se posicionou a favor do Meridional, o  Governo Pedro Simon se posicionou a favor do Meridional, o Governo de Alceu Collares, com todas as questões, foi a favor do Meridional, contra a privatização. Mas, o Governo Antônio Brito esse é favorável à privatização, o que os gaúchos tem a lamentar. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Elói Guimarães pelo PDT.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, penso que o Ver. Pedro Américo Leal dá exatamente a dimensão histórica do Banco Meridional quando diz que ele tem fôlego. E é verdade. O Banco Meridional nasceu  de uma verdadeira saga, de uma luta que travou o povo gaúcho. E, na época, lembro que tive a oportunidade de participar, se dizia que estávamos na iminência de reeditarmos 1930. Parecia que no Rio Grande se formava um movimento de tal grandeza, tal dimensão, tal envergadura e coragem, que classes populares, econômicas, setores políticos, enfim, a sociedade como um todo no Rio Grande do Sul se levantou e manteve, pela sua luta, pela sua bravura, a criação do Meridional quando foi a falência o Sulbrasileiro.

E lembro que tive, na época, oportunidade de participar das escaramuças que se faziam no interior e nas circunvizinhanças do Banco Meridional, grandes passeatas, comícios e discussões.

Tive uma discussão com o Prefeito de Brasília, Cel. Hélio Prates da Silveira que, à época, era Presidente do Meridional, tem uma declaração minha, uma manchete na "Folha da Tarde", quando dizia que a Maguefa tinha levado o Sulbrasileiro à bancarrota - tem uma história que neste curto espaço de tempo não dá para colocar. Mas, enfim, o Meridional é uma conquista da população, da sociedade gaúcha, e a sua constituição se deu pelo esforço do orçamento da Nação. Lembro, e está aqui o Presidente da Casa, que participava daqueles atos, também o atual Vice-Prefeito, o Fortunati, juntos invadimos o Sulbrasileiro. Fizemos um movimento para causar impacto, porque tinha que ser votado, no Congresso, o capital do Banco, e me lembro eram novecentos milhões. Foi a partir dali que se constituiu o Meridional, que hoje está na alça de mira da visão neoliberal. Ameaça-se e encaminha-se a privatização da Vale do Rio Doce. O que dizer, Ver. Pedro Américo Leal, do Meridional? Acho que a nossa resistência é válida, a emoção é brilhante e oportuna, e é no sentido de chamar a atenção, independentemente dos termos que ela coloca, mas chamar a atenção e dizermos perante a história, a nós mesmos, à nossa consciência, aos nossos filhos, para que amanhã, quando nos perguntarem o que fizemos pelos interesses do patrimônio público, nós possamos dizer: eu fiz alguma coisa; eu estava lá na Câmara, pedindo que outros caminhos se traçassem ao Banco Meridional.

As finalidades são mais as nobres de um banco, no sentido de desenvolver o Estado, sucessor, sim, ideologicamente, do Sulbrasileiro, que era para atender a economia e a produção gaúcha. Infelizmente, embora com fôlego, ele lamentavelmente,  e é o que estamos sentindo, está a caminho, sendo levado ao túmulo definitivo das pretensões privatizantes da atual filosofia nacional, porque não é uma questão de Governo Federal nem Estadual, é toda uma filosofia de setores políticos, que pela vontade popular, é bem verdade, está lá o Presidente da República eleito pelo povo e aqui o Governador eleito pelo povo, não se discute essa questão, mas foram levados e hoje expressam uma postura que nós discordamos, nós entendemos o Estado, a Instituição com alguns mecanismos concretos e materiais, sob pena de se tornar uma ficção. Os fatores reais têm que ser mantidos no Estado e o Estado está perdendo seus fatores reais e amanhã estará a serviço, simplesmente, do capital. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra, com o Ver. Antonio Hohlfeldt que fala pelo Partido da Social Democracia Brasileira.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, enquanto o Ver. Luiz Braz fazia o encaminhamento corretíssimo pela Bancada do PTB, nós, com outras lideranças também alertávamos ao Vereador proponente de que temos de fazer diferenças. Uma coisa é trazer ao debate da Casa questões, às vezes, até polêmicas, mas onde podemos alcançar um determinado consenso, ou simplesmente fazer um discurso que, às vezes, acaba sendo um discurso de palanque, um discurso para ser simplesmente reproduzido no jornalzinho da entidade tal ou coisa parecida e que não redunda, de fato, em nenhuma conseqüência política mais importante. Não quero me referir, o Ver. Adeli Sell sabe muito bem, especificamente nessa situação, já enfrentei isso, no ano passado, diversas vezes, em confronto direto com a Verª. Maria do Rosário, especialmente, em que eu dizia que o mérito da questão tem o meu apoio; agora, a redação da Moção não pode ter. Eu não posso admitir de maneira nenhuma agressão ao Governo Federal, ainda que seja o pensamento do PT, o problema é do PT; agora, a uma Moção aprovada pela Casa, eu tenho obrigação de fazer defesa da administração da qual eu sou aqui representante. Da mesma forma em relação ao Governo do Estado, o meu Partido, igualmente, faz parte, enquanto uma coligação. Não posso e não vou aceitar isso em hipótese nenhuma. Às vezes, isso prejudica a possibilidade de reforçarmos uma luta que é até interessante para a sociedade brasileira, para a sociedade gaúcha. Felizmente o Ver. Adeli Sell tem essa sensibilidade. Converso com o Ver. Sebenelo, Ver. Braz e outros.

Eu quero lembrar aqui, porque pelo menos eu não vi nas notas taquigráficas de outras Sessões, o registro competente, quando os companheiros da Caixa Econômica Federal vieram aqui pedir a nossa ajuda e participação em relação à Companhia de Artes do Teatro. Fiz um encaminhamento aqui muito claro, deixando a minha posição, enquanto PSDB, porque se fosse para lutar a favor da Companhia de Artes, poderiam contar com a minha definição de uma intermediação, e fizemos contatos com a Deputada Yeda Crusius e com o Dr. Sérgio Cutolo. Não vi o PT, que trouxe aqui os companheiros da SEC, fazer o registro de que a Caixa foi sensível, de que a Companhia de Artes está salva, de que o prédio permanece com os funcionários e com aquela entidade que representa os funcionários e as atividades culturais, porque nós conseguimos fazer uma mediação que buscou defender um espaço. Eu não vi, até agora, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre fazer o mesmo com a Terreira da Tribo que continua ao "Deus dará", se é que já não foi despejada nessas férias, porque até agora a Administração Popular, que gosta tanto de fazer defesa de patrimônio público, aqui, não se sensibilizou com uma área que é, fundamentalmente, patrimônio público desta Cidade, que é Terreira da Tribo. Falo com absoluta tranqüilidade, porque é um grupo que tem posições radicalmente diferentes da Administração Federal e Estadual, mas é a história  cultural desta Cidade que, por coerência, igualmente defendo, no sentido de buscar medição, um resultado e um objeto alcançado, mas não vi a Prefeitura ter essa sensibilidade.

No caso específico do Meridional, lembro-me que, na época, salvou-se o Sulbrasileiro para a transformação do Meridional com o dinheiro público. Agora, critica-se o Governo Federal que busca a viabilização de bancos, que não é com o dinheiro público, ao contrário do que se mente, descaradamente, mas é com um fundo feito com o dinheiro dos próprios bancos, e não é para banqueiro, como se costuma dizer, mentirosamente, e sim para resguardar interesse do pequeno depositante do banco. Essas petas, essas manipulações de opinião pública eu não vou aceitar nesta Casa, vou rebater cada uma, estou pronto para qualquer tipo de debate.

Quanto a apoiar a luta pela sobrevivência e continuação do Meridional, companheiros do banco, dos companheiros do Sindicato dos Bancários, os companheiros do PT sabem muito bem da posição do PSDB do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre. Ela já foi expressa numa Resolução, ela já foi formalizada pela Deputada Yeda Crusius, publicamente, quando participou de atos de defesa do Meridional. O que faço aqui é apenas encaminhar favoravelmente à Moção, nos termos modificados, que o Ver. Adeli Sell faz, porque eles são respeitosos a todas as bancadas, e, sobretudo, eles unificam uma luta que é de todos nós. Nesses termos sou favorável a Moção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Há mais de dois anos, quando voltávamos a esta Casa, encontramos constituída uma Comissão destinada a evitar a privatização do Banco Meridional. Era um fato já decidido pela Casa, e meu antecessor, como representante do Partido da Frente Liberal neste Legislativo, o ex-Governador Jair Soares, havia firmado posição nesse sentido, inclusive, integrando a Comissão, que o determinou que assumisse substituindo-o. Posteriormente, essa Comissão foi renovada em mais de uma oportunidade, e nela destacou, sobremaneira, os trabalhos de vários Vereadores, sendo que, até pela continuidade, é de justiça que se registre a atuação da Verª. Maria do Rosário, do Ver. Pedro Américo Leal e do Ver. Guilherme Barbosa.

Eu nunca escondi nesta Casa, como de resto não escondo da comunidade do Rio Grande, as minhas convicções políticas. Acho que a maior mazela desta Nação é a tibieza com que as pessoas procuram camuflar as suas posições ao sabor dos seus interesses momentâneos. No que diz respeito à minha atuação solidária nessa comissão, que agora se busca renovar, Ver. Pedro Américo Leal, aqui na Casa, eu nunca tive que violentar as minhas posições, porque testemunhava, na ocasião, o trabalho magnífico que nesta instituição de crédito desenvolvia uma mais pranteada e saudosa pessoa da minha convivência pessoal, que era o Dr. Lêonidas Ricardo Ribas.

Presentemente, Sr. Presidente, eu não desconheço, e por isso eu vim a tribuna, as dificuldades que o Meridional vivencia, muito mais por equívocos históricos, ocorridos na nascente da sua situação, quando nós gaúchos resolvemos ao nosso jeito a situação ali criada, impondo à Nação a transformação do antigo Banco Sulbrasileiro no Banco Meridional com o dinheiro público e saudando esta solução que tinha, no seu bojo, um pequeno artigo que condicionava o retorno a livre empresa desta instituição tão logo ela fosse saneada. Mas esta solução foi por nós aplaudida e saudada, aqui no Rio Grande, com ardor gaúcho de quem queria que uma casa de crédito, do tamanho do Banco Sulbrasileiro que se transformava em Banco Meridional, tivesse a sua sede aqui na Cidade de Porto Alegre. Acho que idêntico sentimento deve ter tomado conta do tão comentado Antônio Carlos Magalhães, quando saiu na defesa do ex-Banco Econômico, hoje Banco Excel. Existem algumas posições que, por mais coerência ideológica que possa ter, não pode se sobrepor ao interesse regional. E eu estou absolutamente convencido que é do maior interesse do Rio Grande que o comando do Banco Regional, que surgiu desta gauchada que nós patrocinamos e que não foi tão eficiente como a baianada do Senador Antônio Carlos Magalhães. Eu tenho a consciência de as dificuldades que nós temos no momento, hoje, são muito maiores das que nós tínhamos no passado. Porque, hoje, na verdade, manter a decisão política de comandar o Banco Meridional do Rio Grande do Sul passa por uma realidade econômico-financeira que cada vez mais foge da nossa responsabilidade. Eis que, hoje se não houver uma manifesta vontade do Governo Federal de injetar recursos no Banco Meridional e de criar condições efetivas de atuação, nós, por maior que nos esforcemos, não haveremos de alcançar esse objetivo.

Por isso, quero saudar o Ver. Adeli Sell, que teve a grande inteligência de retirar da sua Moção algumas colocações que são discursivas, mas que dentro de um objetivo altamente esperançoso, que nós gaúchos temos, de conseguir com a nossa luta manter decisões desse grande banco, o Banco Meridional, que  nós de uma forma ou de outra ajudamos a fazer aqui no Rio Grande, possam ser obtidas. Para que isso ocorra terá de existir a conivência do Governo Federal. Enquanto houver essa obstinação do Banco Central em privatizar o Banco Meridional ele ficará, aqui, amputado nas suas atividades.

Por isso, voto a favor, porque se eu disse que as minhas convicções ideológicas jamais seriam superadas pelo interesse da Cidade, jamais seriam sobrepostas ao interesse da cidade, com muito mais razão eu diria que as minhas posições ideológicas não são maiores do que o meu amor pelo Rio Grande. Acho que é bom para o Rio Grande se, numa atitude hercúlea, corajosa e "sobretudomente" inteligentemente desenvolvida, pudermos manter o Meridional com a capacidade financeira e com capacidade de decisão política dentro da Cidade de Porto Alegre e dentro do RS. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa registra essa unanimidade e pede ao SR. Secretário que leia as alterações da Moção.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: "Lastimavelmente o Governo Federal e Estadual trabalham pela destruição de um patrimônio construído a duras penas pelo nosso povo", esta expressão foi retirada. Foi acrescentada: "Além do Sr. Presidente da República, Governo do Estado, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Presidente do Banco Meridional, Câmaras de Vereadores do RS e Congresso Nacional".

 

O SR. PRESIDENTE: Foi acrescentado "e Congresso Nacional".

Em votação a Moção do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) A votação será nominal por solicitação do Ver. Pedro Ruas. (Após a chamada.) APROVADA, por 24 votos SIM e 01 voto NÃO.

Esta Presidência não vota, mas quer registrar, simbolicamente o seu apoio.

Em votação o Requerimento de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que solicita a realização de uma Sessão Solene, dia vinte e seis de agosto, para homenagear o Dia do Corretor de Imóveis. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida, que solicita Moção de Solidariedade aos Vereadores da Cidade de Bolonha pela manifestação de apoio à luta pela reforma agrária e justa distribuição de renda em nosso País.

Para encaminhar, o Ver. Luiz Braz está com a palavra.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acredito que os Vereadores da Cidade de Bolonha ficarão extremamente sensibilizados ao saberem que os Vereadores daqui de Porto Alegre, votaram  essa moção de apoio, e tenho certeza de que as Excelências lá em Bologna pensarão o seguinte, o Ver. Pedro Américo Leal: "Os Vereadores de Porto Alegre devem se filiar a nossa corrente comunista e, por isso mesmo, têm o mesmo procedimento que nós, aqui, na Cidade de Bologna. "

Acredito que os Vereadores de Bologna sabiam, da situação brasileira muito pouco. Tenho a impressão de que os Vereadores de Bologna, quando fizeram essa Moção, quiseram exatamente prestigiar os partidos de esquerda, os partidos radicais que tomaram para si essa bandeira da luta dos sem-terra, atrapalhado aqueles que realmente querem adquirir terra para trabalhar.

Não somos contrários à reforma agrária, nós somos favoráveis à reforma agrária, mas nós não podemos realmente consentir que esta idéia seja simplesmente abandonada por um determinado partido político ou por algumas correntes desta Casa - ou não apenas desta Casa; aqui, do Brasil, mas com representação nesta Casa - e que querem, como donos dessa idéia, fazer com que aquela caminhada dos sem-terra seja feita, inclusive, com uma bandeira que é muito parecida com a bandeira desse Partido.

Eu assisti, outro dia, na televisão, ao capítulo de uma novela! Eu vi uma coisa muito importante que o autor quis colocar nesta novela e principalmente neste capítulo. O manifestante dos sem-terra caminhava com uma bandeira vermelha para solicitar ou para reivindicar o seu assentamento num determinado lugar, a tomada de uma fazenda, e a líder do Movimento chegava para esse sem-terra, retirava-lhe a bandeira e dizia que aquele Movimento era de pessoas que lutavam por terra e não um Movimento de partidos políticos. Ela apanhava aquela bandeira vermelha, que é contrária a toda a história brasileira, e a atirava no meio do matagal. Aqueles sem-terra, que estavam ali representados naquela novela, marcharam com bandeiras brancas, que é a bandeira da paz, e jogaram a bandeira vermelha fora. Acredito que aqui, em Porto Alegre, precisamos fazer isso, Ver. Pedro Américo Leal: pegar a bandeira vermelha e, em nome da paz, da democracia, atiramos essa bandeira no meio do mato, fazermos com que aqueles que querem marchar para um objetivo maior da nossa sociedade, de assentar os sem-terra, de conseguir a reforma agrária, de combater o grande latifúndio, mas que esses possam marchar empunhando uma bandeira branca, e que esta luta não seja atrapalhada por um partido político que se adonou do Movimento e que agora quer colocar, nesta Moção de Solidariedade, exatamente a sua ideologia. Somos contrários a essa Moção, exatamente por percebermos aqui uma manobra sórdida, política, partidária e que é contrária aos interesses nacionais e dos próprios sem-terra.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver. Pedro Ruas, que fala em nome do Partido Democrático Trabalhista, para encaminhar.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Com o maior respeito e admiração que tenho pelo Ver. Luiz Braz, antigo amigo e colega, dificilmente se vê um discurso tão reacionário quanto o que V.Exa. fez - digo respeitosamente - neste momento desta tribuna, na medida em que essa é uma Moção de Solidariedade aos Vereadores de Bolonha, que tiveram solidariedade com a luta de boa parte do povo deste País. Não vou polemizar com V.Exa. e compreendo a sua posição, mas tenho certeza de que não é posição da majoritária do PTB do Rio Grande do Sul. Ouso fazer esta colocação, que pode ser desmentida no futuro. Não só com relação a esta Moção, porque esta Moção, na verdade, é quase uma obrigação nossa de agradecimento à posição aqueles Vereadores tomaram em relação  ao País. Agora, o que o Ver. Braz colocou, já foi  uma posição com relação ao Movimento dos Sem-Terra, ou à questão da reforma agrária como um todo. Já não é a discussão da Moção. Daria para discutir, Ver. João Carlos Nedel, e vi a contrariedade de V.Exa., se poderia ser feito uma carta do Vereador, ou uma correspondência do conjunto dos Vereadores, ou até uma Moção. Não estou discutindo o instrumento. Acho que a luta pela reforma agrária no Brasil mereceu, dos Vereadores de Bolonha, na Itália, atenção, interesse e posicionamento. O fato de nós agradecermos esta posição não significa  que esteja em debate aqui a atuação dos militantes do Movimento dos Sem-Terra e a luta pela reforma agrária, que são lutas históricas do povo brasileiro, dos partidos políticos, identificados com estas lutas, onde se inclui o Partido Trabalhista Brasileiro há muitos anos. Por isso, digo aos ilustres Vereadores que a Moção deve ser aprovada. Na verdade, a Moção se refere a um reconhecimento que estamos fazendo em relação a alguém que nos reconheceu antes e que reconheceu como importante a luta por parte do povo brasileiro. Esta Moção, que lá foi votada antes, poderia ser em relação  a movimento que não tivesse o nosso apoio, e esse tem. Mas teria igual o reconhecimento da luta de parte do povo brasileiro. Encerro, cumprimentando o Ver. Gerson Almeida pela iniciativa, que é meritória, estranhando a posição defendida pelo PTB. O PDT encaminha favoravelmente, e tenho certeza de que será aprovada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o nobre, inteligente e sensível Ver. Elói Guimarães não permitiu que esta Sessão, no dia de hoje, se iniciasse sem um minuto de silêncio em homenagem à extraordinária figura de Darcy Ribeiro. Muito bem colocado por V.Exa., e a Câmara realmente fez um minuto de silêncio: parecia que havia, nesse minuto, muita concentração.

Eu lia que entre as coisas que Darcy Ribeiro gostaria de legar ao Brasil, estava um desejo: que todos os brasileiros amassem a sua Pátria. Eu não entendo uma forma de amar a Pátria, quando se fala, aqui, em soberania nacional, quando se fala aqui em cidadania, que permitia que, no exterior, se fala do nosso Presidente - é o nosso Presidente - e ainda se aplauda. Eu não posso permitir uma coisa dessa, eu não posso entender uma coisa dessa, eu sofro com isso, eu sou brasileiro.

Um dia, quando visitou esta Casa um Embaixador Cubano, vários Vereadores - e havia toda a esquerda florida aí, - levantaram para esta tribuna, elogiaram Cuba e diminuíram o Brasil. Eu dizia para o Embaixador: "Este é um País extraordinário, este, o nosso Brasil, porque aqui nós falamos mal do Presidente da  República, chamamos o Delegado de Polícia de safado, o Prefeito de ordinário e o Governador do que nós quisermos, e não acontece nada. Este é um País livre". Então eu entendo, quando vêm a esta tribuna e criticam o Governo, mas aplaudir o Presidente da República sendo criticado por algumas pessoas, que eu não sei quem são, mas sei que é de uma cidade notoriamente comunista, é um pouco de desamor a esta terra; é preciso que ela seja amada, é preciso que ela seja respeitada e a forma de impor respeito é respeitando, não existe outra. Nós temos que respeitar o que é nosso. Eu poderia até aproveitar esta Moção aqui, porque ela está mal redigida, e depois eu iria discutir. Vejam que a pressa de criticar o Presidente da República é tão grande que escreveram: "Aos Vereadores da Cidade de Bologna, por sua manifestação do apoio à luta da reforma agrária e justa distribuição de renda em nosso País, expresso em documento aprovado por unanimidade quando recente visita do Presidente Fernando Henrique Cardoso a esta Cidade". "A esta Cidade" é Porto Alegre, nunca seria Bologna. e depois dizem que sou cuidadoso com as coisas. Sou exagerado, não cuidadoso perguntei, em Questão de Ordem, se uma Vereadora representando a Câmara, a Câmara estaria diminuída, porque de repente me dão aulas dizendo que a Câmara não pode ficar sem os seus trinta e três Vereadores, mas isso não está escrito, nem o Português correto. Como que alguém não escreve o Português correto?

Eu admito que ofenda-se o Presidente da República aqui; agora, no exterior, é a falta de brasilidade, é falta de respeito, é falta de respeito conosco mesmo. Eu não posso entender esse tipo de coisa.

Agora, vamos aqui falar de Bologna, onde o Presidente, em estilo imperial e arrogante, desprezou-os. Bologna deve ter mandado, no passado, algum italiano para esta terra maravilhosa, que é este Brasil, onde se critica o Presidente com tranqüilidade, e aqueles italianos que lá vieram, da Itália, e se alojaram aqui no Rio Grande do Sul, lá na minha Caxias, onde me criei, eles não escolheram a terra, eles não sabiam falar a nossa Língua, eles não tinham os meios de comunicação que nós temos hoje, e os nossos sem-terra, que de repente tiveram como Diretor Financeira do seu movimento, um Secretário do Município que nunca mexeu na terra. Os nossos sem-terra invadem fazendas produtivas, onde o proprietário estava no hospital e foi agredido. As suas máquinas foram tomadas. Será que uma fazenda tem máquinas para fazer exposição de máquinas, ou para usá-las? E nós aqui, quando o nosso Presidente vai ao exterior é criticado. Respeitamos a crítica, mas não podemos aplaudir se, nós, realmente, formos brasileiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Motta que fala em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Achamos importante que ocorra na Câmara Municipal de Porto Alegre, mesmo que de forma rápida, o debate sobre o tema da Reforma Agrária. Me parece que não é só na sociedade brasileira, - através das suas representações - mas, também, aqui no nosso meio, ainda não amadureceu a nova realidade que esse tema está a apresentar para o conjunto da sociedade. É lamentável que o nosso Presidente da República tenha que passar pelo que passou, nesta viagem à Europa para compreender que o enfoque desse tema - inclusive sugerido pelo seu próprio Ministro - pelo menos eu tive oportunidade de acompanhar uma entrevista do início ao fim em que o governo, através do Ministério da Reforma Agrária, faz um esforço para tirar a discussão da Reforma Agrária do enfoque que alguns Vereadores ainda estão propondo aqui. Por exemplo: propor a discussão da Reforma Agrária em cima desse enfoque que V.Exa., Ver. João Dib, está sugerindo, de que existem alguns  que invadem armados, fazem violência contra outros, isso não leva a lugar nenhum. Isso nos daria, por exemplo, a abertura para nós fazermos a mesma afirmação com relação aos fazendeiros armados, nós estamos esquecendo este aspecto. Não é este o problema! Enfocar, por exemplo, da forma que algumas autoridades do atual governo do Estado enfocaram em cima desse episódio que, agora, parece estar chegando, finalmente, a uma solução negociada, - ou seja - enfocando o problema da Reforma Agrária como sendo um problema de segurança pública, eu não vou nem dizer como sendo um caso de repressão, de polícia. Eu vou avançar um pouco, dizendo que é um caso de segurança, isso também resolve. Ou estabelecemos a discussão da reforma agrária como sugere o Papa, como sugere parte da Igreja, como sugere D. Paulo Evaristo Arns numa entrevista que deu à "Folha de São Paulo" de hoje, como sugere o Ministro da Reforma Agrária como sendo um tema social, ou não vamos sair desta discussão ideologizada, ou desta discussão meramente demarcatória de posição. E aí ficam vários conflitos e várias situações, como essa que vivemos esta semana aqui no Rio Grande do Sul, trazendo para nós uma série de angústias com relação ao desdobramento daquele episódio que pode redundar naquilo que sabemos que redunda; sem solução.

Então, Ver. João Dib, com todo respeito que tem a nossa bancada com V.Exa. e em particular, Ver. Luiz Braz, nós precisamos...

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tenho convicção que não discuti reforma agrária, apenas me cingi ao documento que ali está. E agora, em vez de discutir o Requerimento está sendo discutida e reforma agrária. Está errado.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib não fez uma Questão de Ordem, por isso não respondemos.

 

O SR. JOÃO DIB: Ele não está discutindo a Moção, está discutindo Reforma Agrária.

 

O SR. PRESIDENTE: A Moção trata de reforma agrária, a maioria tratou do assunto nesses itens. Apesar de ser um membro da bancada do PT fico constrangido em inibir o Vereador que está na tribuna.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Tentando concluir, apenas ao finalizar, repito em síntese o que  acabou de falar: existe hoje no Brasil, independente do PT ser partido de oposição ao Presidente da República, ao Governo FHC, uma consciência nacional com relação ao tema da reforma agrária, acho positivo que esta discussão entre, mesmo que seja através de uma Moção, no cotidiano de todos os espaços políticos que existam neste país, e as Câmaras de Vereadores, nas capitais cumprem, sim, um papel importante no sentido da mudança da forma como a sociedade vê esse tema, ou seja, para que a gente transforme  nessa agenda política que está em debate, está em disputa no País, hoje, a questão da reforma agrária como sendo um tema da Ordem do Dia, não mais como um tema ideológico, mas como um tema social. E acho que dentro do próprio governo parte dele tem sensibilidade para este tipo de enfoque . Portanto, Ver. João Dib, não estou aqui preocupado em fazer medição de polarização ou de marcação de pressão com V.Exa.; estou aqui empenhado em convencer V.Exa. pela trajetória política, pela sua conduta, para vir para esta posição, não é uma posição do meu partido, é uma posição que nós estamos debatendo, democraticamente, do Oiapoque ao Chuí, em todos os lugares, inclusive no mundo inteiro. E essa novidade da proposta sugerida pela Moção do Ver. Gerson Almeida, é de chamar a atenção para todos os rincões e grilhões desse Estado, que o tema reforma agrária no Brasil não é um tema somente dos sem-terra, ou dos vileiros ou dos fazendeiros armados, é um tema social, e um tema desta envergadura no Brasil tem importância internacional. Essa é a relevância que estamos debatendo. Portanto, encaminhamos favorável, não que a Moção vá resolver os problemas, mas está abrindo espaço para que a gente adquira essa nova consciência na forma de enfocar esse problema. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar o Ver. Cláudio Sebenelo.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, como Vereador do PSDB, partido que representa o governo federal, nós queríamos fazer duas colocações a respeito do Requerimento que está sendo analisado por este Plenário. O primeiro se refere à inoportunidade deste Requerimento, que é para que se chame a atenção para o problema da Reforma Agrária, é para rechaçar e enxovalhar a pessoa do Presidente da República, no momento em que, em viagem oficial para o exterior, representa o Brasil com a faixa Presidencial. Essa não é a forma mais adequada. Gostaria de lembrar um episódio da nossa Guerra dos Farrapos e da postura altaneira do homem do campo do Rio Grande do Sul: Davi Canabarro, Davi José Martins, já no final da Guerra, com suas forças exauridas, recebeu de um ditador vizinho a oferta de víveres, de armamentos e de forças físicas para lutar contra a Coroa, e é célebre sua frase, dizendo "que o sangue do primeiro gringo que ultrapassasse a fronteira serviria de tinta para assinar a paz com a Coroa". Não aceitamos esse tipo de proposta e acho que a nossa postura tem que ser tão altaneira e tão exemplar com a de Davi José Martins, nesse episódio.

Quanto ao problema da Reforma Agrária, e não fugimos desse debate, queremos dizer que há, hoje, um Ministério da Reforma Agrária, com um Ministro totalmente voltado para os problemas do campo, lembrando que na história do Brasil, quase sempre, os problemas que se agravam e se acumulam eram resultantes de uma postura monocultural, de latifúndio e uma relação de escrivão. Hoje, nos últimos dois anos, no País, foram desapropriados três milhões de hectares de terra; foram colocadas no campo um milhão e duzentas mil famílias - é muito pouco ainda diante da grandeza do problema, mas em pouco tempo se fez  isso, mostrando que o Governo não está indiferente ao problema, e que a discussão da Reforma Agrária é uma discussão permanente, porque não é só no Brasil, mas em países de grande extensão de terra, e com os problemas do Brasil, e com problemas de localização de populações, acumuladas na faixa litorânea brasileira, onde 70% da população fica nas grandes cidades, os problemas, naturalmente, convergem por necessidades alimentares para a área rural. Acho que é definitiva essa proposta do Governo que é muito mais importante de ação, inclusive, pacífica e tentando intermediar. Com essa solução que está-se dando hoje, pacífica, é um exemplo de como podemos enfrentar os problemas com racionalismo, com postura e com a seriedade que ele merece. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Gerson Almeida que encaminha como autor.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Em primeiro lugar, sou um Vereador no exercício do mandato que não acha que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre seja menor do que qualquer Câmara do mundo e do País. Não acho que dessa Tribuna não possa falar sobre as questões e decisões que Vereadores de Bolonha ou qualquer outra cidade no interior mais longínquo do Brasil ou qualquer  outro lugar do mundo tenha a dizer sobre o Brasil ou coisa do gênero. não concordo com esse tipo de postura, porque acho que Porto Alegre é uma Cidade que eu amo, conforme sempre diz aqui o Ver. João Dib, e acho que ela é grande o suficiente para discutir aquilo que em Bolonha ou qualquer outro lugar se debate.

Pois bem, dito isso, essa Moção de Solidariedade, da qual tenho cópia à disposição de qualquer Vereador, aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores da Cidade de Bolonha, não é uma Câmara de Vereadores onde o Partido Democrático tenha 100% dos votos. E essa Moção foi aprovada por unanimidade. A Questão da Reforma Agrária, há muito tempo, em países e por pessoas civilizadas, deixou de ser uma bandeira da esquerda ou de comunista ou de quem quer que seja, para ser uma bandeira fundamental da luta democrática e da luta pela cidadania. Há muito tempo que esse discurso reacionário e conservador que alguns Vereadores fizeram aqui, de que Reforma Agrária e comunismo é a mesma coisa, não é repetido por pessoas de boa índole, por pessoas iluminadas, mesmo da direita política. E eu vou demonstrar isso. Aqui é o Sumo Pontífice defendendo a Reforma Agrária para o mesmo Presidente da República, e ninguém disse que o Papa ofendeu o Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando pediu, em nome dos milhões e milhões de católicos que há neste País, reforma agrária no Brasil. Na "Folha de São Paulo" de hoje vemos mais uma vez o Cardeal Dom Evaristo Arns defendendo a Reforma Agrária. Por favor, Ver. João Dib, não diga que a reforma agrária é coisa de comunista. Por favor, também não diga que o Papa João Paulo II é filiado ao PT; isso fere a sua inteligência e sua longa história nesta Cidade.

José Rainha, um dos principais líderes do Movimento dos Sem-Terra neste País, nas últimas eleições para o Prefeito fez campanha e foi cabo eleitoral de um candidato a Prefeito do PFL. Se a intransigência da direita brasileira leva todos os lutadores sociais que lutam pela terra e pela justiça social para os braços dos partidos de esquerda, essa não é uma responsabilidade dos Partidos do campo democrático: PT, PDT, PSB, etc., por que sempre associar a luta pela terra e a luta pela justiça social a posições do PT hoje, a dos comunistas ontem e a dos partidos democráticos sempre? Se os partidos da direita insistem, com sua obtusidade, em tratar dos fatos sociais dessa maneira, o problema certamente não é daqueles que têm uma visão diferente e mais larga sobre o assunto. Foi falado aqui em amor à terra pelo Ver. João Dib, e muito bem chamava a atenção o nobre Ver. Pedro Ruas. Amor à terra, a críticas que uma instituição política faz, de que forma política e clara a um Presidente da República, que é criticado aqui por falta de brasilidade, por pessoas que jamais falaram uma única palavra, enquanto Presidentes, legitimamente eleitos tiveram que pedir abrigo a esses mesmos países do exterior, porque cassaram, por golpes militares, por mãos de ferro a sua possibilidade de viver a sua Pátria e o seu País. Portanto não cabe aqui agora usar esses argumentos contra quem, no direito do seu exercício do mandato e da legitimidade e soberania da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, com a grandeza que tem Porto Alegre pela sua história republicana de se solidarizar com só Vereadores de Bolonha, por terem apoiado a luta pela reforma agrária. A luta pela justiça social não tem fronteira e nós estamos dispostos a apoiar e receber apoios em lutas justas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo  orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. No início da Sessão, o Ver. Gerson Almeida falava rapidamente sobre a questão da Moção de Solidariedade, e eu dizia que, dentro do que o Vereador tinha me colocado, o apoiaria porque entendia que era um ato da Câmara de Bologna. Depois, Ver. Gerson, ouvindo alguns pronunciamentos, peguei o Processo. A idéia, em síntese, da Reforma Agrária, me parece um consenso da Casa, todos nós entendemos que esse processo é extremamente lento no Brasil, não de agora, não nesse momento, como V.Exa. diz, neoliberalismo, não somente agora pode ser responsabilizado todo o problema, que já é antigo, me parece, quase de 40 anos no nosso País. Não posso concordar com V.Exa., quando diz "típico do seu estilo imperial e arrogante". Veja, o tom irado com que o Presidente respondeu, na sua última entrevista antes de voltar ao Brasil, às críticas recebidas é tipo de seu estilo imperial e arrogante. Até acho que é um estilo imperial, mas tenho a convicção que não tem o estilo arrogante, e se eu concordo com essa Moção na sua integralidade, estou concordando com a arrogância do seu estilo, acho que isso passa a ser uma ofensa a  um Presidente da República, o qual não temos obrigação de concordar  ou de gostar do seu estilo. Essa Moção de Solidariedade, Ver. Gerson Almeida, V.Exa. requer que seja enviada ao Presidente da Câmara de Vereadores de Bologna, ao Embaixador da Itália no Brasil, Direção Nacional do Movimento dos Sem-Terra e à Direção Estadual. A pessoa principal a ser formada da Moção da Câmara, na minha visão, é o Presidente da República, e V.Exa. não solicita que a Casa envie a ele. Então, Ver. Guilherme Barbosa, qual é o efeito real da Moção de Solidariedade? Mostrar que, na visão do Ver. Gerson de Almeida, a Câmara Municipal de Porto Alegre concorda com a iniciativa do Vereador da Câmara Municipal de Bologna. Mas quem vai ser informado, quem vai ficar sabendo desta Moção de Solidariedade da Câmara de Municipal de Porto Alegre é a Câmara de Bologna. A pessoa que tem poder de fazer com que a Reforma Agrária ande ou não, que é o Presidente da República, não é informado. Nós vamos ter que contar com a boa vontade do Embaixador do Brasil, na Itália.

Ver. Gerson de Almeida e Ver. Guilherme Barbosa, eu sempre escuto atentamente, talvez com o objetivo de aprender alguma coisa a mais. Quantas Moções de Solidariedade esta Câmara já aprovou, já enviou e nunca recebeu de outra Câmara uma Moção de Solidariedade. Eu dizia a V.Exa. que concordava com a sua Moção, mas eu comecei a ler e, agora eu já não concordo, porque ela começou a tomar outro objetivo, começou a tomar um outro caminho. Por que o Movimento Sem-Terra tem que ser informado? Porque o Presidente da República é arrogante? Porque ele não respondeu aos Vereadores? Ele estava lá para receber um Título. Ele foi numa missão oficial para receber o Título de Doutor "Honoris Causa" da Universidade de Bologna e, naquele Ato, recebeu o documento da Câmara com a iniciativa do Vereador. O objetivo era de que o Presidente da República, na visão da Câmara, tivesse iniciativas diferentes em relação à Reforma Agrária. Agora, na minha visão, nós não temos  que informar ao Movimento Sem-Terra. Nós não estamos aqui dizendo que somos contrários ou favoráveis à política do Presidente Fernando Henrique em relação à Reforma Agrária. Isso eu tinha entendido antes no documento. Quando eu vejo isso aqui, me parece que estamos tentando ter aqui alguma coisa político-partidária. O que que a Direção Estadual do Movimento Sem-Terra tem a ver com isso?

Isso faz com que, Ver. Gerson de Almeida, primeiro, ao Presidente da República tinha que ser enviada a posição desta Câmara; segundo, que não fosse enviado ao Movimento Nacional e ao Movimento Regional dos Sem-Terra, porque eles não têm nada a ver com a Moção. Eles têm a ver com a questão da Reforma Agrária, que é secundária dentro desta Moção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Requeiro que seja acrescentado àqueles a quem deve ser remetida cópia  da Moção, o Presidente da República.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Eu gostaria de, em Questão de Ordem mesmo à Mesa, face à sustentação do Ver. João Dib e acrescida pelo Ver. Cláudio Sebenelo, que inclusive invocou um herói  farroupilha, trazendo aqui a brasilidade, para que a Presidência informe a este Vereador o para que possa exercer o seu voto consciente o núcleo da Moção, a que a Moção se propõe. entendo que as justificativas nada têm a ver com o núcleo da Moção, é como um projeto de lei. Vota-se, muitas vezes, um projeto de lei independente das justificativas. Pergunto à Mesa se, na Moção está o ataque ao Presidente da República, e, se, efetivamente a Moção não explícita que é apenas uma solidariedade aos Vereadores de Bolonha na defesa da reforma agrária.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Com a mesma preocupação, Sr. Presidente, e tentando colaborar com a Mesa, quero, na mesma linha de raciocínio do Ver. Elói, ser mais enfático e mais objetivo. Faço a seguinte Questão de Ordem, como indagação: o documento a ser enviado inclui apenas o cabeçalho da Moção ou inclui, necessariamente, a Justificativa. Conheço, de outras Moções, inclusões de todo o teor. Tanto é verdade, que na Moção anterior, do Ver. Adeli Sell, ele aceitou  modificar a redação para ter o voto geral. Se isso não era enviado antes, não tinha importância. Se naquela vai o teor inteiro, nesta também vai. Por isso me permiti atrapalhar V.Exa. na resposta, pois a minha preocupação é a mesma do Ver. Elói Guimarães. Só queria objetivar um pouco mais.

 

O SR. PRESIDENTE: Primeiro: a modificação feita pelo Ver. Adeli Sell foi no corpo da Moção em si e não na Justificativa. Isso é uma diferença básica. Segundo: o corpo da Moção é: (Lê.) "O Vereador que esta subscreve requer a V.Exa. que, após os trâmites regimentais, seja encaminhada Moção de solidariedade aos Vereadores da Cidade de Bolonha por sua manifestação de apoio à luta pela reforma agrária e justa distribuição de renda em nosso País, expressa em documento aprovado por unanimidade quando da recente visita do Presidente Fernando Henrique Cardoso a essa Cidade. " Terceiro: se vai ser remetido a íntegra ou não, normalmente a Casa tem - informada, inclusive, pela Diretoria Legislativa - enviando a íntegra do documento, embora a ênfase se dê a questão em si.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Mas a íntegra vai?

 

O SR. PRESIDENTE: Pode ir ou não, mas é norma ir.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem):  O que é que se vota? Entendo que se vota a nucleação da Moção. É como nos projetos de lei, as justificativas não são oferecidas externamente, são debates internos da Casa, sustentações que se fazem no Plenário. O que vai é a Moção, porque é a Casa que encaminha por parte do Presidente uma Moção  cujo conteúdo é esse às autoridades nomeadas. As justificativas são internas, da Casa, questões internas que devem ser mantidas na Casa.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, chamo a atenção para a sua colocação de que tem sido natural o procedimento da Casa de enviar a justificativa com a Moção. No meu entendimento, nós incorremos em equívoco. Assim como no projeto de lei o que vale é o texto, o corpo do projeto aprovado pela Câmara e que enviamos ao Executivo, pois a justificativa serve para convencimento e debate do assunto. Quero solicitar a V.Exa. que, a partir deste momento, nós enviemos o corpo da Moção e tenhamos a liberdade de fazer as nossas justificativas de acordo com os critérios políticos como fazemos nos projetos de lei. Portanto, Sr. Presidente, acho que devemos mudar isso, que me parece não estar correto, e que adotemos os mesmos critérios dos projetos de lei.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a minha Questão de Ordem é uma solicitação de esclarecimento à Mesa e à Diretoria Legislativa. Eu queria saber se o Regimento proíbe, veda ou impede que uma Moção, ao ser encaminhada ao seu signatário, seja feita apenas pelo texto fundamental e sem  o anexo da justificativa.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu acho que a minha Questão de Ordem, inclusive, responde à do Ver. João Motta e da Verª.  Maria do Rosário. O Regimento, com certeza, não impede. Por outro lado, as Moções, Verª. Maria do Rosário, são encaminhadas com o conjunto. Por que? Porque somente esse conjunto é realizável. Não é como num projeto, onde há uma justificativa  e depois o projeto. Todos nós fazemos assim e, na minha avaliação, deveria ir a justificativa nessa Moção, precisa ir a justificativa nessa Moção. Mas, a partir daí, precisa haver dos Vereadores a justificativa separada, se for esse o caso, do conteúdo da Moção. Mas quando for junto, irá junto. Não temos como votar uma coisa e outra ser encaminhada.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a resposta de V.Exa. , orientado pela Diretoria Legislativa, foi muito clara no meu entendimento, e o Ver. Pedro Ruas toma a mesma linha. Tradicionalmente, esta Casa envia o conjunto total do documento. É evidente que se vota a Moção em si, mas, até para justificar o porquê da Moção, vai junto a exposição que o Vereador-autor fez. Nós votamos várias Moções, hoje, pela tarde, que, dentro da prerrogativa tradicional da Câmara, seriam encaminhadas desta maneira. Tanto isso é verdade que este Vereador, como o Ver. Braz e outros Vereadores, levantamos a questão do Ver. Adeli Sell e ele aceitou e mudou o texto. Se isso não tivesse importância, não haveria razão para a discussão anterior. O Ver. Elói levanta uma outra questão. Não, Vereador, eu quero completar. Acho que essa é uma questão fundamental, Vereador-Presidente. Nós estamos mudando o ritmo do jogo. Se o Ver. Clovis quer propor uma mudança, com a qual até posso estar de acordo, é uma mudança. Mas, neste momento, não podemos mudar no meio de uma votação.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não podemos perder mais tempo nos "entretantos", então vou ao objetivo. V.Exa. respondeu, indagado por uma questão do Ver. Antonio Hohlfeldt, que vai toda a Moção; então agora a questão se resume a uma só, que é a seguinte: só o autor pode desmembrar a Moção, se quiser e puder, através de destaque da justificativa. Se não, nós temos que votar a Moção como um todo, Vereador-Presidente, e como um todo irá.

 

O SR. PRSIDENTE: A Mesa entende desta forma. Por favor, temos respostas para as questões se nos deixarem falar. Senão, teremos Questões de Ordem em cima de Questões de Ordem e ficará um ambiente um pouco confuso. A Mesa pede licença a quem está pedindo Questão de Ordem para dizer o seguinte: vai na íntegra. Primeiro, porque está escrito; segundo, em moções em cujas justificativas está escrito "da tribuna", não vai; isso cria um problema para nós resolvermos. Não é o caso de agora polemizarmos sobre isso, o que temos que votar é que está aqui, embora esta Presidência entenda que, quando a Moção, falo também para a Diretoria Legislativa. É justificada da tribuna, não vão junto as justificativas. Então, é o contraditório, mas, ainda dentro do que foi colocado, vota-se o que foi proposto e está em votação. Se isso não satisfaz ainda aos Srs. Vereadores, eu contínuo dando a Questão de Ordem para o Ver. João Nedel, depois ao Ver. João Motta e, após ao Ver. Cyro Martini.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Questão de Ordem): Gostaria que o Sr. Presidente me informasse se, no Processo, consta a íntegra do documento aprovado pela Câmara de Vereadores de Bolonha, porque, se a Câmara de Vereadores de Porto Alegre está pedindo uma Moção de Solidariedade à Câmara, por um documento aprovado por unanimidade, no mínimo, esta Câmara deve ter conhecimento pleno desse documento.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, esse é um problema de cada Vereador e não consta no corpo do Processo.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Para encerrar as Questões de Ordem e o encaminhamento à Mesa neste momento, na minha opinião, a Mesa só tem uma medida a tomar, que é consultar o autor da Moção para saber se ele mantém o texto na íntegra ou não. A partir da penúltima Questão de Ordem do Ver. Nereu D'Ávila, e, pelo fato de não haver impedimento regimental para que o autor retire ou modifique a sua própria Moção, ele toma, portanto, uma decisão final para orientar o Plenário e a Mesa para os encaminhamentos finais de votação.

 

O SR. CYRO MARTINI (Esclarecimento): A proposição é fruto de um Requerimento que traz claro, em seus termos, quando descreve a Moção. A Moção são termos iniciais, é o núcleo. As justificativas são as razões apontadas para se encaminhar a Moção, por isso a justificativa não faz parte do pedido da Moção.

 

O SR. PRESIDENTE: Esta matéria é polêmica Vereador. Em votação a Moção de Solidariedade aos Vereadores de Bolonha com justificativa, na íntegra. Votação nominal. (Após a chamada.) APROVADA por 15 votos SIM e 8 votos NÃO.

Solicito ao Sr. Secretário que proceda a leitura das Declarações de Voto.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Lê.): "Votei favoravelmente ao conteúdo da Moção, por entender que não se votam as justificativas ou Exposição de Motivos. " Ver. Elói Guimarães e Ver. Paulo Brum.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): É sabido, Sr. Presidente, que todos os documentos devem ter um Português escorreito; eu alertei, na tribuna, que ele estava mal redigido, porque se refere a Porto Alegre, "nesta Cidade". Alertei e não foi retificado. Aí eu pergunto se a Câmara ainda vai-se submeter a um vexame internacional por não saber escrever o seu Português.

 

O SR. PRESIDENTE: A Câmara Municipal, através da sua Diretoria Legislativa aceita a sua colocação, inclusive o autor, que na redação final, poderá corrigir o próprio texto, colocando "aquela cidade" ou o termo mais acertado. Não há mais nenhuma dúvida. V.Exa. contribuiu para o documento fique correto.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Lê. ): "Voto contrário a Moção pelo teor da sua justificativa e o que dela faz parte, desrespeitam o Presidente da República. " Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Fernando Záchia, Sônia Santos, Eliseu Sabino, João Dib, Pedro Américo Leal e João Carlos Nedel.

 

O SR. PRESIDENTE: Aprovado o Requerimento.

 

O SR. ANTONIO HOHFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu requeiro que esta questão das Moções seja, igualmente, integrada a uma próxima reunião de Mesa com as lideranças, no mínimo. Eu quero deixar, inclusive, a minha preocupação com a Declaração de Voto do Ver. Elói Guimarães. Nós não discordamos da Declaração do Ver. Elói Guimarães. Estou de pleno acordo: não se vota justificativa. Só que as justificativas vão junto com a Declaração até aqui, a não ser que a Câmara decida, formalmente, por um outro processo, e isso é a Mesa e as lideranças que devem decidir. Nós estaremos, a partir de agora, com uma situação ambígua que a própria Mesa reconheceu. Eu gostaria da aceitar plenamente a posição que a Mesa adotou anteriormente de que se volte a discutir esse assunto numa reunião.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa aceita o Requerimento de V.Exa., que será encaminhado para o conjunto das discussões que vão acontecer nesta Casa, conforme já havia informado, sobre as questões regimentais. Esta Mesa, hoje, abriu o máximo de espaço - mesmo entendendo que as questões nem sempre eram de ordem, como esta última que foi Requerimento -, mas entendo que, no início do processo, é importante que nós possamos transitar as preocupações como transitaram hoje. Por isso, nós assumimos uma postura de ouvir a todos, embora, pudéssemos, em certos momentos, não fazer assim.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES(Requerimento): No sentido de colaborar, tendo em vista a natureza da matéria, a sua complexidade, a sua envergadura, eu requeiro a V.Exa. que a encaminhe à Comissão de Justiça para que ela dê a sua interpretação sobre a significação de Moção. Se Moção incorpora Exposição de Motivos, ou não?

 

O SR. PRESIDENTE: O Requerimento é aceito de plano. Passamos ao próximo Requerimento.

Queremos registrar a presença do Deputado Eliseu Santos.

 

O SR. SECRETÁRIO (Lê.): "Moção de Solidariedade. Sr. Presidente, o Vereador que este subscreve requer que, os trâmites regimentais, seja encaminhada ao Presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, em Alagoas, Vereador Pastor João Luz, a seguinte Moção de Solidariedade: Recentemente eleito Presidente da Câmara de Vereadores da Casa Legislativa  da Capital alagoana, o Ver. Pastor João Luiz vem tomando iniciativas determinadas e corajosas para superar graves problemas que mancham aquela Câmara Municipal tais como: aposentadoria indevidas. O nobre Presidente está tentando resgatar a moralidade pública pela qual toda a população brasileira espera e exige. Em face dessas iniciativas o Ver. Pastor João Luiz está sofrendo ameaças de morte e já teve seu gabinete invadido e destruído. Sala das Sessões. Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Pastor é o nome do Vereador? Eu sou engenheiro civil, o Ver. Presidente é o arquiteto, o Ver. Pedro Ruas é advogado. Nós temos um nome só, não temos uma função.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu esclareço, mas sujeito a retificações do próprio proponente, inscrito para encaminhar: a palavra Pastor identifica uma pessoa que exerce este tipo de função. Como, muitas vezes, aparece o Vereador-engenheiro, Vereador-arquiteto, aparece o Vereador-pastor. Mas, não é o nome, pelo que consta na Mesa.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para que não nos percamos nos detalhes, porque é uma questão muito séria, esclareço de saída: o Vereador-Presidente, recentemente eleito na Câmara de Vereadores de Maceió é Pastor e assume essa identidade, lá, ele se apresenta como Ver. Pastor João Luiz. Então, é o nome político do Vereador: Ver. Pastor João Luiz.

Ele, que não é do meu partido, assumiu a Presidência da Câmara de Vereadores de Maceió determinado a resolver problemas antigos que, infelizmente, todos nós acompanhamos nos meios de comunicação. São uma tradição na minha querida terra natal, tanto em Maceió, quanto no Estado de Alagoas. O Vereador-Presidente já descobriu cerca de 40 aposentadorias com valores e formas indevidos e está decidido a moralizar o Legislativo Municipal de Maceió. A partir daí, como também já é uma tradição na minha Cidade e no meu Estado, passou a receber ameaças de morte. Eu digo isto de forma muito triste pois que não se trata de simples ameaças que não se possam cumprir depois. Em Maceió, Alagoas, essa é uma ameaça verdadeira.

Então, esse Legislativo gaúcho, que muitas vezes é exemplo para todo o País, na sua forma de trabalho tem a obrigação política de levar solidariedade a um Presidente do Legislativo da Capital alagoana que quer mudar a história daquela cidade.

Portanto, Srs. Vereadores, é importante, é fundamental, a nossa solidariedade. Ontem, fui contatado, através de uma ligação telefônica, por outro Vereador de Maceió, pedindo essa manifestação. Ele está pedindo esse contato em todo o Brasil e também aos parlamentares federais, para que não fique isolado o movimento daquele Presidente, que poderá vir a pagar essa coragem e essa determinação de moralizar o Legislativo Municipal de Alagoas com a própria morte, e para que, depois, uma medida como essa, corajosa, ninguém tenha a possibilidade e a coragem de executar. Parece-me absolutamente fundamental que a Câmara Municipal de Porto Alegre seja solidária com a determinação do Ver. Pastor João Luiz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Tendo em vista faltarem apenas quatro minutos para o término regimental da Sessão , tendo em vista que a prorrogação só pode ser feita dentro do prazo da Ordem do Dia e que existe uma inscrição que tem direito a cinco minutos, nós teríamos que garantir a prorrogação, para que essa inscrição, que já está dentro da Ordem do Dia  no tempo regulamentar, se estabeleça na sua integralidade.

Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhamento.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. João Luiz, Presidente da Câmara Municipal de Maceió tem a minha inteira solidariedade e também a da minha Bancada. Todos os homens que pretendam implantar a ordem, que pretendam agir com seriedade, têm o nosso apoio. É tão verdade que nós queremos seriedade e responsabilidade que não fizemos parte do acordo da Mesa, porque tínhamos idéias diferentes. De qualquer forma, assim como votaram a Moção de Apoio aos bolonheses, e eu reclamava que lá estava uma palavra mal colocada, eu sou obrigado a dizer que nesta Casa os Vereadores oficialmente têm o direito de usar dois nomes: Ver. Nereu D'Ávila, Ver. João Dib e não João Antônio Dib, Ver. Paulo Brum, Ver. João Motta e não João Constantino Pavani Motta; portanto, nós sabemos que isso é uma regra legislativa. Admito que lá em Maceió ele seja conhecido como Pastor João Lins, mas para nós ele é Ver. João Lins Presidente da Câmara Municipal de Maceió e a diferença não haverá se ele for aplaudido, se ele receber a nossa solidariedade com o seu nome, com a sua posição primeira, que é a de Vereador; agora, se ele quiser ser Pastor terá também a nossa solidariedade como Pastor. Mas, ou ele é Vereador ou ele é Pastor. Se ele for Vereador-Pastor, não é nome, ou vou votar contrariamente. Se ele for Ver. João Lins eu vou votar favoravelmente. E o Vereador que apresenta a Moção de Solidariedade pode ainda, se assim desejar, retirar o "Pastor" e estarmos homenageando a figura de um homem sério que deve, por exemplo, fazer corretamente a distribuição de cargos entre determinados Vereadores lá de Maceió, talvez diferente do que ocorre aqui em Porto Alegre ou outras cidades brasileiras; mas se for assim, eu voto favoravelmente. Se for para votar no Vereador-Pastor, até porque sou cuidadoso com as coisas, talvez eu seja tolo por ser cuidadoso, talvez eu seja exagerado por ser cuidadoso, talvez eu seja exagerado por ser cuidadoso, mas eu vou continuar sendo cuidadoso e exagerado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é extremamente importante a votação dessa Moção do Ver. Guilherme Barbosa, eu não pretendia nem encaminhá-la, porque o Vereador pediu antes a nossa assinatura e nós a pusemos de imediato. Eu quero aqui, declaradamente e ostensivamente, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e, especialmente, o Líder do PDT, utilizar o subterfúgio deste encaminhamento para, a partir de um paralelo, tentar realizar aqui, ainda que muito brevemente, o que desde as 14h espero realizar nesta Sessão, o que, infelizmente, não será possível, porque, formalmente, o tempo da Sessão está esgotado e somente o subterfúgio da prorrogação para a Ordem do Dia me permite tentar, ao menos, deixar aqui um registro. O Ver. Elói Guimarães pediu, e a Câmara atendeu há um minuto de silêncio em homenagem a Darcy Ribeiro, mas na verdade nós não tocamos, não falamos e não registramos a figura de Darcy Ribeiro, neste Plenário hoje. Eu não gostaria de homenagear esse Presidente da Câmara de Alagoas, deixar de, igualmente, registrar aqui uma homenagem que eu não diria póstuma, mas diria muito viva e muito presente ao Senador, ao etnólogo, ao antropólogo, ao professor e, sobretudo, ao ser humano chamado Darcy Ribeiro. Eu havia inclusive pedido à liderança do PT, e os Vers. Gerson e Schauren atenderam, de imediato,  a cedência de tempo, porque eu vinha querendo desenvolver uma série de idéias na homenagem a Darcy. Uso, declaradamente, o subterfúgio, e paço aos companheiros que permitam isso. Esta Casa não pode deixar, neste pequeno tempo, de fazer este registro, nesta homenagem a esse Presidente da Câmara, esquecer a figura de Darcy Ribeiro. Eu tenho um orgulho muito grande de, em 1978, depois do retorno do Darcy, do exílio, ter sido a pessoa que convidou à primeira palestra pública que foi feita no Rio Grande do Sul, em São Leopoldo, na UNISINOS, a convite do hoje Ver. João Verle e de min, porque nós dois integrávamos a Associação de docentes da UNISINOS e fazíamos uma série de palestras, e quando Darcy foi a São Leopoldo nós lotamos o auditório da Universidade e caixas foram colocadas com o som para fora do recinto, tal era o número de pessoas que estavam querendo assisti-lo. Lembro que naquela ocasião, em 1978, Darcy lançava Maíra, que não era apenas um romance, mas era, sobretudo o resultado, no Romance, de toda uma experiência fantástica de um homem que, neste último livro que se chama Testemunho, declara, com absoluta objetividade: "Pertenço à primeira geração de cientistas sociais brasileiros profissionalizados e com formação universitária específica. E ele foi dos que com a sua companheira, na ocasião, se deslocaram para o Bananal com os índios Cadivel, para lá passar três ou quatro anos estudando e trazendo os primeiros estudos formais dentro do espírito de Gen. Rondon, que era exatamente "morrer talvez; matar nunca", que foi a base da Fundação de Serviço de Defesa do Índio e depois da FUNAI. Ao longo dos sete anos que Darcy Ribeiro concretizou no Senado, acho que a maioria de nós recebeu essa idéia incrível que foi criação sua, ao invés de usar a gráfica do Senado para propaganda, para divulgação vulgar seu nome, ele criou a revista "Carta", cujo último número tenho aqui, nº 16, quem sabe, logo receberemos o de nº 17 nos próximos dias. Esta última edição traz, inclusive, o texto original, o projeto da Câmara e o projeto que ele elaborara no Senado da Lei de Diretrizes e Bases, era dirigido muito especificamente aos companheiros da Câmara no sentido de facilitar a discussão, o debate. De Darcy Ribeiro, esse talvez tenha sido o projeto mais polêmico, os companheiros do PT sabem disso muito bem porque tínhamos que estar em discordância. Agora, quero chamar a atenção, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nesta homenagem ao Presidente da Câmara que tem coragem de enfrentar uma situação, da coragem do Darcy Ribeiro até 48 horas antes, numa cadeira de rodas, com aparelhos, com amigos, o Darcy não lutou contra a morte, ele simplesmente continuou vivendo. Quero chamar a atenção, ao concluir, encaminhando a favor da Moção de Guilherme Barbosa, que Darcy Ribeiro nos últimos dias nos deixou, talvez, a maior herança, o melhor projeto, o mais bondoso, o mais humano que poderia ter nos deixado: a transformação de todos nós em doadores automáticos de órgãos aos brasileiros. É uma idéia única na América, poucos países da Europa adotaram e que, certamente, homologado pelo Presidente Fernando Henrique, é lei hoje no Brasil, só quem não quer ser doador terá que escrever na Carteira de Identidade. Isso dá bem a idéia do espírito de dedicação de Darcy Ribeiro às pessoas como um todo. Me desculpe se fugi, Sr. Presidente, declaradamente, ostensivamente e descaradamente do encaminhamento, mas acho que hoje esta Casa não podia, ao votar essa Moção no final de uma Sessão, e ao ter votado antes um Requerimento do Ver. Elói Guimarães que abriu a Sessão num minuto de silêncio, nós não poderíamos silenciar sobre um registro a respeito do Senador Darcy Ribeiro. Eu acho que ele estaria, hoje, muito contente, se pudesse estar conversando com este Vereador, que nós vamos homenagear com esta Moção e ajudar a lutar com esta Moção. Estaria muito contente, também, das tantas vezes que veio a Porto Alegre ter estado, também, aqui, nesta Casa. Eu agradeço, Sr. Presidente, e, sobretudo, digo que foi uma honra poder ter conhecido e ter sido contemporâneo de Darcy Ribeiro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, que conste nos Autos que os membros da Bancada do PT se sentem representados pelas palavras do Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. PRESIDENTE: As Bancadas do PDT, do PT, do PPB já declararam. Estamos dizendo, como Mesa, que a nossa liberdade foi autorizada plenamente pela autoridade que vai ficar na nossa mente de um dos maiores homens públicos deste País.

Até acho que o Ver. Guilherme Barbosa não esperava que seu homenageado fosse ter um conteúdo deste tipo. Eu sugiro que seja enviado os Anais para que ele veja como foi discutido o voto de apoio a este Requerimento. Esta é uma questão de V.Exa..

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: No caso de ser enviado este falatório de hoje, eu sugiro que tenha um título este falatório. Eu sugiro que seja "Dois homens de coragem" porque faz nexo.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa está aceitando a sugestão, dizendo que o Ver. Guilherme Barbosa também é de Maceió.

Em votação a Moção de apoio, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, ao Presidente da Câmara da Cidade de Maceió. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h11min.)

 

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